A secretaria Extraordinária da COP30 realizou uma reunião, nesta sexta-feira (1º/8), para garantir a realização do evento em Belém (PA), após 25 países pedirem a mudança de sede para a conferência. A crise foi impulsionada pelos altos preços cobrados pelos hotéis de Belém pela estadia durante o evento. De acordo com o governo brasileiro, a reunião, que contou com representantes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC) e do governo do estado do Pará, serviu para finalizar um acordo de acomodação das delegações estrangeiras nos hotéis de Belém.
“O plano de acomodação está sendo implementado em fases, com prioridade, nesta etapa, para as delegações que participarão diretamente das negociações oficiais da COP30”, diz a nota divulgada pela secretaria Extraordinária da COP30.
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Ao todo, a rede hoteleira de Belém vai disponibilizar 2,5 mil quartos individuais, com tarifas fixadas entre US$ 100 e 600, da seguinte forma:
15 quartos individuais por delegação reservados para 73 países classificados pelas Nações Unidas como Países Menos Desenvolvidos (LDCs) e Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento (PEIDs), com tarifas entre US$ 100 e US$ 200;
10 quartos individuais por delegação, com tarifas entre US$ 220 e US$ 600, foram disponibilizados para os demais países.
O presidente da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima, André Corrêa Lago, confirmou que, ao menos 25 países, sinalizaram desistir da vinda ao Brasil por conta dos altos preços cobrados pela rede hoteleira de Belém pelas diárias. Lago chegou a dizer, inclusive, que os preços praticados na capital do Pará estão 10 vezes mais caros do que o normal.
“ (Os países) manifestaram, de fato, e saíram a público para dizer que a questão do preço dosa hotéis é uma preocupação”, disse.
O presidente alegou que “há uma sensação de revolta, sobretudo por parte dos países em desenvolvimento” por causa da alta dos preços que estão sendo cobrados.
De acordo com Lago, o governo brasileiro está tentando convencer os hotéis a baixar os preços.
“Os esforços continuam, mas eu acredito, talvez, que os hotéis não estejam se dando conta da crise que estão provocando”, disse o presidente da COP30.