O Ministério Público de São Paulo (MP-SP), em uma operação conjunta com a polícia, prendeu seis pessoas e apreendeu R$ 1 milhão, US$ 10 mil (cerca de R$ 54.200) e dois pacotes com esmeraldas. A ação visa desmantelar um esquema bilionário de corrupção envolvendo auditores fiscais da Secretaria de Estado da Fazenda.
Entre os presos estão o auditor fiscal Artur Gomes da Silva Neto, apontado como líder do esquema, e Sidney Oliveira, dono da Ultrafarma. Também foram detidos Marcelo de Almeida Gouveia (auditor fiscal), Mario Otávio Gomes (diretor da Fast Shop), e o casal Celso Éder Gonzaga de Araújo e Tatiane da Conceição Lopes. Celso é investigado como o responsável por lavar o dinheiro do esquema e já respondeu por estelionato no Mato Grosso do Sul.
As esmeraldas e o dinheiro foram encontrados na casa de Celso, em Alphaville. Segundo a investigação, o esquema, comandado por Artur, manipulava processos administrativos para facilitar a quitação de créditos tributários para empresas, gerando cerca de R$ 1 bilhão em propinas desde 2021. O auditor recebia propinas mensais para manter a fraude.
A Secretaria da Fazenda de SP afirmou em nota que está colaborando com a investigação, instaurou um processo administrativo para apurar a conduta do servidor envolvido e solicitou o compartilhamento de todas as informações do caso ao MP. A Fast Shop, também em nota, declarou que ainda não teve acesso ao conteúdo da investigação, mas está fornecendo informações às autoridades.
Os investigados podem responder por corrupção ativa e passiva, organização criminosa e lavagem de dinheiro. A operação é resultado de meses de trabalho investigativo que incluiu análise de documentos, quebra de sigilos e interceptações telefônicas.
Abaixo, leia a íntegra da nota da Secretaria da Fazenda:
“A Secretaria da Fazenda e Planejamento do Estado de São Paulo (Sefaz-SP) está à disposição das autoridades e colaborará com os desdobramentos da investigação do Ministério Público por meio da sua Corregedoria da Fiscalização Tributária (Corfisp).
Enquanto integrante do CIRA-SP – Comitê Interinstitucional de Recuperação de Ativos – e diversos grupos especiais de apuração, a Sefaz-SP tem atuado em diversas frentes e operações no combate à sonegação fiscal, lavagem de dinheiro e ilícitos contra a ordem tributária, em conjunto com os órgãos que deflagraram operação na data de hoje.
Além disso, a Sefaz-SP informa que acaba de instaurar processo administrativo para apurar, com rigor, a conduta do servidor envolvido e que solicitou formalmente ao Ministério Público do Estado de São Paulo o compartilhamento de todas as informações pertinentes ao caso.
A administração fazendária reitera seu compromisso com os valores éticos e justiça fiscal, repudiando qualquer ato ou conduta ilícita, comprometendo-se com a apuração de desvios eventualmente praticados, nos estritos termos da lei, promovendo uma ampla revisão de processos, protocolos e normatização relacionadas ao tema.”