Garis protestam após confissão de empresário em MG: “Não somos lixo”

Garis protestam após confissão de empresário em MG: “Não somos lixo”

Após o empresário Renê da Silva Nogueira Júnior, de 47 anos, confessar ter assassinado o gari Laudemir de Souza Fernandes, de 44, trabalhadores da empresa responsável pela coleta de lixo em Belo Horizonte (MG) fizeram um protesto, na manhã desta quarta-feira (20/8), no bairro Vila Oeste, onde ocorreu o crime.

Durante o ato, os colegas de Laudemir estenderam um cartaz com a frase: “Somos garis. Não somos lixo. Nossa única esperança é o TJMG e o MPMG”.

O caso ocorreu no dia 11 de agosto, após uma briga de trânsito, quando Renê se irritou com o caminhão da coleta que bloqueou a via, ameaçou a motorista e atirou contra os trabalhadores da coleta de lixo. Laudemir foi atingido por um tiro no abdômen e morreu no local.

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Empresário suspeito de matar gari, durante audiência de custódia

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Empresário suspeito de matar gari, durante audiência de custódia

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Renê da Silva Nogueira Junior, de 47 anos

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Vídeo mostra agonia de gari ferido após ser baleado por empresário

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Laudemir de Souza Fernandes, gari assassinado em Belo Horizonte (MG)

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Empresário René da Silva Nogueira e gari Laudemir de Souza Fernande

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Gari assassinado

  • Renê confessou o crime em depoimento dado nessa segunda-feira (19/8) ao Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP). Até então, Renê vinha negando que havia sido o responsável pelo assassinato.
  • Após discutir com a motorista do caminhão, René desceu armado, ameaçou atirar no rosto dela e disparou contra Laudemir, atingindo-o na costela.
  • Laudemir foi socorrido, levado ao hospital, mas morreu devido a hemorragia interna causada pelo projétil, que ficou alojado no corpo da vítima.
  • Renê foi localizado e preso horas depois, em uma academia de luxo, no bairro Estoril, em ação conjunta das polícias Civil e Militar.
  • A empresa de limpeza urbana onde Laudemir trabalhava cedeu dois advogados para acompanhar o caso.
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Trabalhadores pedem punição

Durante o protesto, os trabalhadores pediram que o crime não fique impune. Segundo as investigações, a arma usada no crime pertence à esposa do empresário, a delegada Ana Paula Lamego Balbino Nogueira, que agora é investigada pela Subcorregedoria da Polícia Civil por possível descuido na guarda do armamento.

Em depoimento, ele confessou o crime e afirmou que a delegada não sabia que ele havia pegado a arma. O Ministério Público pediu o bloqueio de R$ 3 milhões em bens do casal para garantir indenização à família da vítima.

Renê Nogueira Júnior pode responder pelos crimes de homicídio duplamente qualificado, porte ilegal de arma de fogo e ameaça. A pena pode chegar a 30 anos de prisão.

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