Gastrite afeta 7 em cada 10 brasileiros e pode gerar complicações graves

Gastrite afeta 7 em cada 10 brasileiros e pode gerar complicações graves

Cerca de 7 em cada 10 brasileiros sofrem com algum tipo de gastrite, segundo a Federação Brasileira de Gastroenterologia. Entre 2019 e 2023, mais de 59 milhões de internações por gastrite e duodenite foram registradas no país, com maior incidência nas regiões Sudeste e Nordeste, de acordo com o Brazilian Journal of Implantology and Health Sciences.

Em entrevista ao portal LeoDias, a gastroenterologista e hepatologista Lilian Curvelo informa que a doença, muitas vezes, começa de forma silenciosa e que a qualidade de vida dos pacientes é seriamente comprometida. A médica explica ainda que dor, queimação, náuseas, sensação de estômago cheio e desconforto abdominal estão entre os sintomas mais comuns dessa inflamação da mucosa do estômago – que pode ter diferentes causas e níveis de gravidade – e que quando eles aparecem, já podem estar em um estágio avançado.

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Entre as origens mais frequentes da doença, estão, segundo a especialista, o uso excessivo de anti-inflamatórios não esteroides (AINEs), consumo de álcool e estresse crônico. “O estresse, em combinação com estilo de vida ruim, como a má alimentação, ingestão de bebida alcóolica, tabagismo e predisposição genética, podem causar ou agravar a gastrite”, diz Lilian.

“O estresse crônico pode levar a um aumento na produção de ácido clorídrico no estômago, o que pode irritar a mucosa e piorar os sintomas. O estresse pode afetar a forma como o estômago e o intestino se movem, levando a desconforto, sensação de plenitude e má digestão”, completa.

A médica destaca que a alimentação tem papel fundamental na saúde digestiva. Alimentos gordurosos e frituras, comidas muito condimentadas, bebidas alcoólicas e cafeína aumentam a produção de ácido gástrico e podem irritar a mucosa, agravando a inflamação e dificultando a cicatrização.

“Os refrigerantes e bebidas com gás podem aumentar a pressão no estômago e causar desconforto, além de conter substâncias que podem irritar a mucosa. Alimentos processados e industrializados são ricos em aditivos químicos, conservantes e gorduras saturadas, podendo ser prejudiciais à saúde do estômago. Doces e açúcares em excesso podem levar à fermentação no intestino e causar desconforto gástrico”, salienta Lilian.

“Leite e derivados, embora possam aliviar temporariamente a acidez, têm alto teor de proteína, o que estimula a produção de ácido e pode piorar a gastrite a longo prazo. Alimentos ricos em sal em excesso podem agredir a mucosa gástrica, especialmente em alimentos como embutidos e enlatados”, emenda.

Questionada sobre as possíveis complicações da gastrite não tratada a longo prazo, a gastroenterologista destaca: “Anemia ferropriva ou por deficiência de B12, gastrite atrófica; metaplasia intestinal; displasia gástrica; e adenocarcinoma gástrico – em casos de evolução prolongada e não tratada”.

“Medicação caseira é mito!”
A especialista ainda faz um alerta importante: “Remédios caseiros para gastrite como chás de espinheira-santa, erva-doce ou camomila podem reduzir temporariamente os sintomas de má digestão, mas não curam a gastrite, portanto mediação caseira é mito!”.

Crianças e adolescentes também podem desenvolver a doença. “O cuidado são os mesmos para os adultos, sintomas como dor abdominal, náuseas e queimação persistentes devem ser avaliados pelo médico gastroenterologista”, frisa Lilian, acrescentando quais sinais indicam a necessidade de atendimento imediato. “Vômito com sangue ou fezes escurecidas, tipo borra de café, vômitos incoercíveis, que não param e dor abdominal intensa”, conclui Lilian.

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