O governo brasileiro entrou oficialmente com um pedido na Organização Mundial do Comércio (OMC) para contestar a nova tarifa imposta pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. A decisão foi anunciada nesta quarta-feira (6/8) pelo Ministério das Relações Exteriores.
A medida dos EUA, liderada pelo presidente Donald Trump, estabelece uma sobretaxa de 50% para a entrada de produtos brasileiros no país. Essa é a maior tarifa aplicada pelos norte-americanos até agora e já está em vigor.
Veja as fotosAbrir em tela cheia Internet Reprodução O que é o decreto de reciprocidade comercial e como ele funciona na práticaReprodução Internet “Vou ter a gentileza de ligar para o Trump”, declara Lula sobre a COP30Reprodução/TV Gov Lula chama Jair Bolsonaro de “fujão” e afirma que ele “se borrou todo”Reprodução/Gov Br Luiz Inácio Lula da Silva (PT)Reprodução: © Marcelo Camargo/Agência Brasil
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Segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), cerca de 35,9% das exportações brasileiras para os EUA serão impactadas. Produtos como carne e café estão entre os mais afetados. Por outro lado, alguns itens ficaram de fora da tarifa, como suco de laranja, aeronaves civis, petróleo, veículos, peças automotivas, fertilizantes e produtos de energia.
Para tentar reverter a decisão, o Brasil acionou o chamado “mecanismo de solução de controvérsias” da OMC. Esse processo permite que um país questione oficialmente medidas de outro país que sejam consideradas injustas ou fora das regras do comércio internacional.
No entanto, a análise do caso pode levar bastante tempo, e não há garantias de que o Brasil sairá vitorioso. A própria OMC tem enfrentado dificuldades nos últimos anos para resolver disputas, já que sua atuação foi enfraquecida e seu principal órgão de apelação está paralisado.
Mesmo assim, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defende que a OMC seja fortalecida e que volte a cumprir o papel de mediadora entre países quando há conflitos comerciais.
A decisão de acionar o órgão internacional foi autorizada por meio de uma resolução publicada na terça-feira (5/8) no Diário Oficial da União. Com isso, o governo brasileiro tenta proteger setores importantes da economia e buscar uma solução dentro das regras do comércio global.