O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sofreu duas derrotas importantes durante a votação para a escolha do presidente e do relator da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que vai investigar as fraudes do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS). Durante a manhã desta quarta-feira (20/8), os integrantes do colegiado escolheram o senador Carlos Viana (Podemos-MG) para ser o presidente da CPMI. Em seguida, o presidente eleito indicou o nome do deputado Alfredo Gaspar (União-AL) como o relator da investigação. Os dois nomes são alinhados com os apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e a escolha deles impôs derrotas para os presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), e da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), que indicaram o senador Omar Aziz (PSD-AM) para comandar a CPMI e o deputado Ricardo Ayres (Republicanos-TO) como relator.
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“Anuncio que o relator da CPMI do INSS será o deputado Ricardo Ayres (Republicanos-TO). Desejo a ele, ao presidente Omar Aziz (PSD-AM), e a todos os integrantes, um excelente trabalho nessa pauta tão relevante para o país”, postou Motta no X, durante a semana.
A eleição de Carlos Viana foi por 17 votos favoráveis contra 14. A partir de agora, os trabalhos da comissão devem focar em informações colhidas pela operação da Polícia Federal (PF), e da Controladoria-Geral da União (CGU), que revelaram o esquema de desvios de dinheiro nos benefícios dos aposentados e pensionistas do INSS.
Os órgãos apontaram que associações e entidades desviaram dinheiro de beneficiários da Previdência a partir de cobranças mensais não autorizadas, os chamados descontos associativos.
Segundo a PF e a CGU, o rombo nos cofres da Previdência Social causado pelas organizações pode ser superior a R$ 6,3 bilhões.