O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse em entrevista a rádio Itatiaia em Minas Gerais nesta quinta (28), que vai “mostrar a cara de quem está no crime organizado”, ressaltando a magnitude da ação como “a maior resposta do Estado brasileiro ao crime organizado de nossa história até aqui”. A declaração foi acompanhada de uma operação sem precedentes, que mobilizou a Polícia Federal, a Receita Federal e vários Ministérios Públicos estaduais.
Segundo o presidente, o Núcleo de Combate ao Crime Organizado do Ministério da Justiça tornou possível acompanhar toda a cadeia criminosa, atingindo diretamente o núcleo financeiro que sustenta esses esquemas ilícitos. Seu objetivo é claro: proteger cidadãos, recuperar recursos desviados e assegurar um mercado de combustíveis justo, transparente e com concorrência leal.
As operações batizadas de Quasar, Tank e Carbono Oculto miraram esquemas sofisticados de lavagem de dinheiro e fraudes fiscais, com a revelação de financiamentos clandestinos do PCC — Primeiro Comando da Capital — no setor de combustíveis. Em um dos casos, foram cumpridos mandados em oito estados, com a participação de cerca de 1.400 agentes, envolvendo mais de 350 suspeitos entre pessoas físicas e jurídicas .
Entre os resultados até o momento: 14 prisões preventivas e buscas, centenas de automóveis e imóveis sequestrados, fundos de investimento congelados, além de bloqueios de mais de R$ 1 bilhão. Segundo dados da Polícia Federal, foram sequestrados 1.500 veículos, 192 imóveis, duas embarcações, e mais de 300 mil reais em espécie — além do bloqueio de 21 fundos fechados e o mapeamento de 41 pessoas físicas e 255 jurídicas envolvidas.
A magnitude da ação já move o tabuleiro político, com debates sobre coordenação de segurança, integração federativa e resposta ao crime organizado ganhando destaque em Brasília. Enquanto isso, a sociedade assiste surpresa — e, para muitos, com alívio — à exposição dos rostos por trás das engrenagens do crime empresarial e violento.