A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, disse, nesta terça-feira (12/8), que o Brasil tem “coisas para oferecer” aos Estados Unidos e citou os chamados minerais críticos, ou terras raras, usados em produtos como celulares e baterias de carros elétricos. A fala se dá depois de sucessivas críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao interesse norte-americano em explorar as matérias-primas em meio ao tarifaço.
Depois de participar da Comissão de Desenvolvimento Regional, Tebet afirmou que ainda espera que o governo brasileiro possa retomar as negociações sobre as tarifas impostas pelo presidente Donald Trump nos próximos meses. Avalia que “com o tempo saberemos efetivamente o que os Estados Unidos querem do Brasil”.
“Nós temos coisas para oferecer aos EUA, especalmente minerais críticos. No momento certo, eles virão conversar conosco. Vamos dar tempo para ver, efetivamente, o que os EUA querem do Brasil. Havia especulação se era uma questão política, se era o Judiciário… Com o tempo essa espuma vai sumir e vamos ver o fundo da piscina. Vamos dar tempo para ver o que o Brasil pode oferecer aos EUA, obviamente respeitando a soberania e a democracia”, disse a ministra a jornalistas.
Um dia antes, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que a reunião que teria com o secretário do Tesouro dos EUA para tratar das tarifas foi cancelada por pressão do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está nos EUA.
“Eduardo [Bolsonaro, deputado federal] publicamente deu uma entrevista dizendo que ia procurar inibir esse tipo de contato entre os dois governos, porque o que estava em causa não era a questão comercial, ele deixou claro isso em uma entrevista pública”, afirmou Haddad em entrevista à GloboNews.
Contingenciamento dentro do Orçamento
Questionada a respeito do plano de contingência aos setores afetados pelo tarifaço, a ministra afirmou que ainda há “detalhes sendo esclarecidos” dentro do governo. Responsável pelo Orçamento, Tebet disse que a intenção do governo é que o auxílio tenha um “impacto mínimo” nas contas públicas.
Tebet reforçou que o plano, comando do vice-presidente Geraldo Alckmin, avalia estuda ajudas não só por setores, mas também por empresas. O governo estuda conceder subsídios e refinanciamento de dívidas para os afetados, como também medidas para a manutenção de empregos.