O superintendente da RBTrans, Clendes Villas Boas, acusado de assédio moral por pelo menos três mulheres, reagiu nesta quinta-feira (14) a um possível pedido de abertura de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Câmara de Rio Branco. Questionado sobre a investigação proposta pelo vereador Eber Machado (MDB), Clendes afirmou não temer a apuração e fez duras críticas aos parlamentares.
“Tenho medo de nada. Se a CPI for levada a sério, não fica nem um vereador lá. Porque, se for analisar, todos têm algum problema relacionado à eleição. Todo vereador tem alguma situação questionável. Se eu quisesse, poderia criar uma tese de denúncia contra qualquer parlamentar e encontrar provas”, declarou Clendes durante participação no programa Gazeta Entrevista.
O secretário ainda detalhou que, caso resolvesse investigar seus opositores, conseguiria reunir relatos de pessoas afirmando que vereadores teriam comprado votos ou cometido irregularidades eleitorais. “Se eu for sair em campo, que sou popular nas comunidades, e procurar informações sobre quem me ataca, surgirão centenas de relatos dizendo: ‘Ele me pagou para votar’. É só reunir essas informações”, completou.
A declaração, em tom de generalização, acusando todos os vereadores de corrupção, ainda não foi comentada pela mesa-diretora da Câmara, mas deve repercutir na sessão da próxima terça-feira.
O caso ocorre em meio às denúncias de assédio moral contra Clendes, que motivaram a discussão sobre a criação da CPI para apurar a conduta do secretário no exercício de suas funções à frente da autarquia.