O influenciador paraibano Hytalo Santos foi preso nesta sexta-feira (15), no interior de São Paulo, acusado de exploração de menores. Ele é investigado pelo Ministério Público da Paraíba (MPPB) em processos que apuram a utilização de crianças e adolescentes para produção de conteúdo e engajamento nas redes sociais. A informação foi divulgada pela GloboNews e confirmada pelo portal Metrópoles.
O marido de Hytalo, Israel Nata Vicente, conhecido como Euro, também foi preso. Os mandados foram expedidos pela 2ª Vara da Comarca de Bayeux, na Paraíba.
O caso ganhou grande repercussão após denúncias do youtuber Felipe Bressanim, o Felca, que expôs situações de “adultização” de crianças e adolescentes em vídeos de influenciadores. O conteúdo viralizou e reacendeu debates sobre a proteção de menores na internet.
Investigações e mandados
Na quarta-feira (13), a Justiça da Paraíba autorizou buscas na residência de Hytalo, em João Pessoa. O juiz Adhailton Lacet Correia Porto, da 1ª Vara da Infância e Juventude, determinou a apreensão de celulares, computadores, câmeras e outros equipamentos usados na produção de conteúdo.
Quando os agentes chegaram, a casa estava vazia, mas a máquina de lavar ainda funcionava. Segundo informações do condomínio, o influenciador havia deixado o local horas antes levando diversos equipamentos.
O magistrado destacou que, se confirmado que ele retirou os aparelhos para evitar a ação da Justiça, isso pode ser interpretado como obstrução das investigações, justificando a prisão.
Em nota enviada à CNN, Hytalo negou as acusações e disse estar há mais de um mês em São Paulo, à disposição das autoridades.
— Jamais me ocultei ou obstruí investigações. Sempre agi dentro da lei. Repudio categoricamente qualquer acusação de exploração de menores. Todo conteúdo gravado com crianças e adolescentes teve autorização e acompanhamento dos responsáveis, afirmou.
Além das buscas e apreensões, o juiz determinou:
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Suspensão imediata de todas as redes sociais do influenciador, como Instagram, Facebook, TikTok e YouTube;
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Remoção de conteúdos em que apareçam crianças e adolescentes;
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Afastamento dos jovens que viviam com ele, com medidas protetivas adotadas pelo Conselho Tutelar;
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Proibição de qualquer contato entre Hytalo e os adolescentes envolvidos.
O magistrado ressaltou que há “indícios contundentes” de violações graves aos direitos de crianças e adolescentes, incluindo exploração de imagem para monetização, exposição a conteúdos inadequados, possível incitação à pornografia infantil e fornecimento de bebida alcoólica.
O processo foi encaminhado ao Núcleo de Apoio da Equipe Multidisciplinar (Napem) para estudos psicossociais e escuta especializada dos adolescentes.