A ponte sobre o Rio Caeté, localizada no quilômetro 282 da BR-364, em Sena Madureira, continua sem receber os reparos necessários, mesmo apresentando problemas estruturais graves, e gera preocupação crescente entre motoristas e caminhoneiros que circulam pelo trecho entre Cruzeiro do Sul e Rio Branco. A situação foi destacada pelo caminhoneiro Adriano Almeida, que percorre a estrada regularmente e registrou um vídeo mostrando a precariedade da ponte, enviando às redações para alertar sobre os riscos.
No vídeo, Almeida mostra que um dos pilares da ponte, identificado anteriormente como danificado, permanece sem qualquer intervenção, mesmo com o nível do rio atualmente baixo. Ele alerta que o perigo tende a aumentar no período de inverno amazônico, quando as chuvas elevam o nível do rio e tornam a travessia ainda mais arriscada. “Olha só, pessoal, a ponte do Rio Caeté ainda está na mesma situação. Esse pilar apresentou defeito, e o rio está baixo. Até agora, ninguém fez nada. Quando o inverno chegar, o risco aumenta”, afirmou.
A ponte, que já foi condenada pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), opera parcialmente com um sistema de “pare e siga” para veículos leves e ônibus. Para o tráfego de veículos pesados, foi instalada em janeiro uma balsa, cuja operação gera dúvidas sobre eficiência e custos. Almeida criticou o modelo: “Não sei quanto custa manter essa balsa parada ou em funcionamento, mas deve ser um gasto alto, dinheiro que poderia estar sendo usado na manutenção da própria ponte”.
O caminhoneiro também chamou atenção para o impacto que a falta de manutenção traz às comunidades locais, como Manoel Urbano, Feijó, Tarauacá e Cruzeiro do Sul, que dependem da BR-364 para transporte de pessoas, alimentos e produtos essenciais. Ele alerta que o período de inverno, com chuva intensa, pode gerar filas, atrasos e riscos de acidentes devido ao tráfego concentrado na ponte parcialmente interditada.
Segundo informações do Dnit, a ponte foi parcialmente interditada em maio de 2025 para reparos emergenciais. Foi instalado um pontilhão e existe a possibilidade de uso de uma ponte metálica cedida pelo Exército para veículos menores. No entanto, as obras definitivas ainda não começaram. O superintendente do Dnit no Acre, Ricardo Araújo, afirmou que um novo pilar provisório está em planejamento e que a licitação para reparos será realizada em breve, mas a construção de uma nova ponte estaiada ainda depende de projeto e recursos federais.
A situação da ponte do Rio Caeté evidencia os problemas crônicos da BR-364, estrada crucial para a integração do Vale do Juruá com a capital Rio Branco. Além da ponte, o trecho enfrenta buracos, erosões e dificuldades de manutenção devido ao solo instável e às chuvas intensas, o que eleva os custos de transporte e afeta diretamente a economia regional, prejudicando o escoamento de produtos e serviços.
Moradores e motoristas aguardam uma ação concreta do governo federal e do Dnit, antes do período chuvoso, para evitar que a situação se agrave. “Fica o alerta para as autoridades. Até agora, nada foi feito. Precisamos de solução urgente para evitar acidentes e transtornos maiores”, concluiu Almeida, reforçando a preocupação de toda a comunidade local.