A Escola Dom Júlio Mattioli foi palco, nesta semana, de um dos maiores eventos educacionais do município: o Viver Ciência 2025. A feira científica reuniu milhares de visitantes e contou com a participação de sete escolas estaduais de Sena Madureira, além da Educação de Jovens e Adultos (EJA) e da Educação Especial.
Foram ao todo 15 ambientes temáticos distribuídos em 11 salas de aula, quadra poliesportiva, laboratório de informática, sala de Educação Especial, pátio e espaços externos. Cada um deles trouxe experiências interativas, apresentações culturais e projetos voltados para ciência, tecnologia, história e cultura amazônica.
Novidades da edição 2025
Uma das principais novidades deste ano foi a praça de alimentação, que serviu como ponto de encontro e descanso para visitantes, mas também abriu espaço para o empreendedorismo estudantil. Muitos alunos aproveitaram para arrecadar recursos para suas turmas e até mesmo ganhos individuais.
O exemplo mais marcante foi dos estudantes Laryssa, Júlia, Ísis e Wesley, que alugaram um carrinho de picolé especialmente para o evento. O resultado foi um sucesso: eles conseguiram vender todo o estoque e se destacaram pela iniciativa.
O gesto mostrou que o Viver Ciência vai além da sala de aula, incentivando também o protagonismo juvenil e o desenvolvimento de habilidades empreendedoras.
Outro destaque foi o retorno do planetário, que havia ficado de fora da programação em 2024. Instalado na quadra poliesportiva, o espaço recebeu longas filas de visitantes e trouxe uma experiência imersiva para crianças, jovens e adultos. Muitos puderam ter o primeiro contato com o universo de forma tão realista, observando estrelas, planetas e constelações projetados em 360 graus.
Temáticas das escolas
Cada escola participante abordou um subtema diferente, sempre relacionado às águas, à floresta ou à cultura amazônica:
- Escola Dom Júlio Mattioli: A influência dos astros nas águas.
- Escola Assis Vasconcelos: O ciclo da água e sua influência nos ecossistemas da Amazônia.
- Escola Charles Santos: Guardião da Floresta Urbana.
- Instituto Santa Juliana: Rio Acre e a construção histórica de Sena Madureira.
- Escola Fontenelle de Castro: As águas que levam nossas riquezas até o oceano.
- Escola Raimundo Magalhães: Água potável – conscientizar para preservar.
- Escola Comunitária 2: Rios e florestas que alimentam histórias.
Além das escolas estaduais, a Educação de Jovens e Adultos (EJA) apresentou a sala temática Raízes e rios: tradições e lendas que fluem na cultura amazônica. O espaço chamou atenção pela presença de uma estátua do boto cor-de-rosa, personagem central de muitas lendas amazônicas.
A Educação Especial também teve destaque, com um ambiente pensado para inclusão, garantindo acessibilidade e interação para todos os visitantes.
Exposições interativas e ciência aplicada
A Escola Fontenelle de Castro levou os visitantes a conhecerem os principais rios do Acre, como o Purus, Iaco e Caeté. As apresentações mostraram a importância dos rios para a economia e para a cultura local.
A Escola Raimundo Magalhães concentrou seus esforços em mostrar como a água potável chega até as casas. Por meio de cartazes, experimentos e explicações, os estudantes reforçaram a necessidade de preservação e uso consciente da água.
Já a Escola Assis Vasconcelos surpreendeu com cenários e sons ambientes que reproduziam os fenômenos naturais. O encontro das águas do Rio Negro e Solimões foi explicado de forma detalhada pelos alunos, com apoio de maquetes e recursos audiovisuais. “A diferença de temperatura e densidade impede a mistura imediata, criando o fenômeno. Um rio é mais quente e escuro, o outro é barrento e frio. Juntos, formam o espetáculo do encontro das águas”, explicou um estudante.
O Núcleo de Matemática e Ciências Aplicadas desafiou os visitantes com dinâmicas de raciocínio, quebra-cabeças e jogos interativos, estimulando o aprendizado de forma lúdica.
O Núcleo de Tecnologia Educacional (NTE) chamou atenção pelas palestras sobre segurança digital. Professores e alunos puderam experimentar recursos tecnológicos aplicados ao ensino, representantes alertaram sobre riscos cada vez mais comuns, como cyberbullying, roubo de senhas, crimes de aliciamento online e o uso da inteligência artificial em golpes.
“Nosso papel é mostrar que a tecnologia pode ser uma aliada da aprendizagem, mas também orientar para o uso seguro e consciente. Muitas vezes, os jovens não percebem o perigo, e é fundamental ensinar como se proteger nesse ambiente virtual”, destacaram.
A voz da organização
A professora Regiane, da Escola Dom Júlio Mattioli, celebrou o sucesso da edição e destacou a dedicação de todos os envolvidos:
“É um enorme prazer poder receber a comunidade de Sena Madureira no Viver Ciência 2025. Este ano tivemos novidades como a praça de alimentação e o retorno do planetário. Nossa escola preparou uma sala sobre a influência dos astros nas águas, com carinho e cientificidade, para mostrar aos visitantes como os astros interferem nesse fenômeno. Agradeço aos alunos, professores e toda a comunidade pelo empenho e pela presença.”
Cultura e folclore
O evento não se restringiu apenas à ciência. A cultura também esteve fortemente presente.
Um dos momentos mais emocionantes foi a encenação da lenda da Vitória-Régia, realizada pelos alunos do Dom Júlio Mattioli. A estudante Thaemily se caracterizou como Naiá, a jovem indígena que, segundo a lenda, se transformou na planta aquática ao tentar alcançar a lua.
Além disso, o grupo de capoeira da cidade apresentou parte de seus aprendizados e técnicas. A roda formada no pátio da escola empolgou os visitantes e aproximou ainda mais a comunidade da programação cultural do evento.
Presenças ilustres
O frei Moisés Valério Maria Esteves esteve presente e deixou um recado especial. Para ele, o Viver Ciência é um espaço que fortalece a comunidade e aproxima saberes:
“O Viver Ciência é esperança, alegria e sonhos. A igreja também apoia o conhecimento, porque ele constrói a sociedade. A guerra só se vence com educação e paz, e eventos como este incentivam nossos jovens a crescer na esperança e na caridade. Essa feira mostra que o saber científico e o saber popular caminham juntos e que a educação é capaz de transformar realidades.”
O prefeito Gerlen Diniz também marcou presença, a convite de alunos, e destacou o entusiasmo dos estudantes. Ele percorreu vários ambientes e demonstrou admiração pelo empenho das escolas:
“Gostei de todas as apresentações, mas o que mais me chamou atenção foi o interesse dos jovens. Geralmente o jovem não liga muito, mas aqui vimos filas para assistir às apresentações. Isso mostra o sucesso do evento. Nota 10 para todos. Aos estudantes, deixo uma mensagem: o futuro está em suas mãos. Se dediquem e acreditem, vocês podem ser o que quiserem. Podem sonhar alto, porque com dedicação e estudo tudo é possível.”
O prefeito também ressaltou a importância da união entre poder público e escolas, afirmando que a prefeitura continuará apoiando iniciativas educacionais que despertem talentos e abram portas para os jovens do município.
Encerramento
Com grande participação popular, o Viver Ciência 2025 consolidou-se como um espaço de aprendizado, inovação e integração entre escolas, comunidade e autoridades.
Mais do que uma feira escolar, o evento foi um verdadeiro encontro entre ciência, cultura, tecnologia e tradição amazônica. Em cada sala e apresentação, ficou evidente que a educação é o caminho para inspirar jovens, valorizar saberes locais e transformar a sociedade.