Sem portas, sem vidro e com visual clean. Assim é o chamado box italiano, ou chuveiro walk-in, solução que vem ganhando espaço em projetos de banheiros brasileiros. O estilo aposta em um layout mais livre, eliminando divisórias e degraus, mas exige atenção a aspectos técnicos e espaciais para garantir funcionalidade e conforto.
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“O conceito consiste em não ter o box, não ter o vidro que separa o chuveiro do resto do banheiro”, explica a arquiteta Cristiane Schiavoni, que já trabalhou com esse modelo em banheiros amplos. Segundo ela, o sucesso do chuveiro italiano está diretamente ligado ao espaço disponível. “Acho que não dá para ser em qualquer tipo de banheiro. A área precisa ser generosa, para que os respingos fiquem contidos e não cheguem, por exemplo, até o vaso sanitário, o que pode ser perigoso”, alerta.
Planejamento é essencial
Além do espaço físico, o projeto deve prever cuidados específicos. “É fundamental ter controle da ventilação, porque o ambiente pode não aquecer tanto por ser aberto. Também é importante ter tudo à mão, como nichos e o toalheiro dentro da área do chuveiro”, aponta Cristiane.
Outro ponto crítico do modelo italiano está na drenagem: o caimento do piso precisa ser bem resolvido para evitar alagamentos. “A posição do ralo é essencial. Como a ideia é não ter alguns degraus e manter o piso nivelado, o caimento tem que estar muito bem calculado. Senão, a água vai para o lugar errado e molha o banheiro inteiro.”
Mais acessibilidade, menos calor
A principal vantagem do chuveiro Walk-in é a acessibilidade. Sem obstáculos, o espaço se torna mais seguro para pessoas com mobilidade reduzida. A estética minimalista e elegante também é um atrativo, criando verdadeiras “salas de banho”.
Por outro lado, o conforto térmico pode ser um desafio no chuveiro italiano. “Como é tudo aberto, fica mais difícil manter o calor no banho. Para quem gosta de um banho bem quentinho, é importante que haja a possibilidade de fechar uma janela, por exemplo”, sugere a arquiteta.
Procura pelo modelo italiano ainda é tímida, mas tendência cresce
Apesar do crescimento do estilo em revistas e redes sociais, Cristiane afirma que o pedido ainda não é comum nos escritórios de arquitetura. “É muito raro algum cliente me pedir esse tipo de banheiro. Fiz um projeto assim há uns 15 anos, em uma casa antiga com um banheiro bem grande. Mas não é algo que me pedem com frequência.”
Quanto aos materiais, a escolha do piso é a parte mais estratégica. “Não pode ser totalmente antiderrapante, porque dificulta a limpeza, mas também não pode ser liso demais, para evitar escorregões. O que realmente faz a diferença é o projeto: posição do ralo, caimento e espaço”, reforça.