Nesta segunda-feira (8/9), Angela Ro Ro morreu aos 75 anos, deixando um legado que vai muito além de suas canções icônicas, como “Amor Meu Grande Amor” e “Na Cama”. Ícone na música popular brasileira, a cantora também marcou a história da luta pelos direitos LGBTQIA+. O portal LeoDias relembra a trajetória de uma artista que desafiou padrões.
Nascida Angela Maria Diniz Gonsalves, ganhou o apelido de Ro Ro por sua voz rouca e grave na adolescência. Desde criança, demonstrava veia artística e aprendeu a tocar piano ainda na infância. Na juventude, mudou-se para a Europa, onde conciliava trabalhos diversos com a paixão pela música, apresentando-se em pequenos bares e construindo seu caminho artístico.
Veja as fotosAbrir em tela cheia Angela Ro RoReprodução Angela Ro RoReprodução/Instagram/@angela_ro_ro_oficial Angela Ro RoReprodução/Instagram/@angela_ro_ro_oficial Angela Ro RoReprodução/Instagram/@angela_ro_ro_oficial A cantora carioca Angela Ro RoReprodução/Instagram/@angela_ro_ro_oficial A cantora carioca Angela Ro RoReprodução/Instagram/@angela_ro_ro_oficial
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Quando retornou ao Brasil, Angela continuou fazendo pequenos shows no Rio de Janeiro, até ser notada por uma gravadora que também tinha em seu cast nomes como Caetano Veloso, Cazuza e Astrud Gilberto. Em 1979, lançou seu primeiro álbum, autointitulado, com composições próprias e já usando o nome artístico que incorporava o apelido da juventude.
Apesar de ser seu trabalho de estreia, o disco já trouxe sucessos marcantes, como “Amor, Meu Grande Amor” e “Balada da Arrasada”. Mas Angela não parou por aí: nos dois anos seguintes, lançou dois álbuns, “Só Nos Resta Viver” e “Escândalo!”, este último inspirado em seu conturbado término com Zizi Possi. Na época, a cantora chegou a ser acusada de agredir a namorada, episódio que gerou polêmica.
Em 2020, Angela revelou que guardava mágoa do episódio em entrevista ao Extra: “Eu nunca bati em ninguém nem naquela cantora em 1981”, desabafou. “Nunca dei um tapa nela e nem ela em mim. E até hoje eu carrego essa cruz de infâmia e calúnia. Admiro muito o canto dela, quero o bem dela, não desejo mal nenhum. Foi imperdoável e continua sendo a omissão.”, afirmou.
Mesmo após as polêmicas, Angela manteve o foco em sua carreira e lançou mais sete álbuns de estúdio, com sucessos como “Simples Carinho”, “A Vida é Mesmo Assim”, “Acertei no Milênio” e “Selvagem”. Sua obra transitou pela música popular brasileira desde os anos 1980 até 2017, além de incluir trabalhos ao vivo que marcaram toda a sua trajetória.
Em entrevista no Dia Nacional da Visibilidade Lésbica para o GShow em 2023, Angela Ro Ro relembrou que, desde o início da carreira, sabia que suas músicas agradariam ao público, mas temia ser apedrejada ou crucificada. A cantora reconheceu ter sofrido muito preconceito, mas reforçou que a luta pelos direitos deve continuar e que a vida precisa ser respeitada.
“Nossa luta tem que ser armada pela paz. Seria, sou e serei a mesma pessoa. Sempre”, declarou Ro Ro.