Na madrugada desta terça-feira (30/9), a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS prendeu Carlos Roberto Ferreira Lopes, presidente da Confederação Nacional de Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais (Conafer). Ele foi acusado de mentir durante seu depoimento à comissão, realizado na segunda-feira (29/9), que durou cerca de nove horas.
Lopes foi chamado como testemunha e não tinha um habeas corpus que o protegesse de depor ou de ser preso. Segundo o presidente da CPMI, Carlos Viana (Podemos), Lopes omitiu informações e deu respostas contraditórias, o que caracteriza falso testemunho.
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O relator da comissão, Alfredo Gaspar (União), apontou Lopes como um dos principais envolvidos em um esquema que desviou dinheiro de aposentados e pensionistas do INSS. Gaspar afirmou que mais de R$ 800 milhões passaram pelas mãos da Conafer, e R$ 140 milhões foram repassados diretamente a um assessor de Lopes, Cícero Marcelino. Ele comparou Lopes a outro investigado importante do esquema, Maurício Camisotti.
De acordo com a Controladoria-Geral da União (CGU), entre 2019 e 2023, a Conafer teve o maior aumento nos descontos de benefícios do INSS, passando de R$ 400 mil para R$ 202 milhões. A CPMI investiga um esquema em que associações cadastravam aposentados sem autorização e cobravam mensalidades indevidas.
Ainda na madrugada, Lopes pagou fiança e foi liberado. Esta é a segunda prisão determinada pela comissão, depois da detenção do ex-diretor financeiro Rubens Oliveira, ligado ao chamado “Careca do INSS”.
Carlos Viana ressaltou que as contradições e omissões de Lopes durante o depoimento dificultaram as investigações e justificaram a prisão por falso testemunho.