Durante a manifestação pró-Bolsonaro na Avenida Paulista, em São Paulo, realizada neste último domingo (7/9), o pastor Silas Malafaia declarou estar profundamente contrariado com a exibição de uma bandeira norte-americana. Para ele, o símbolo comprometeu o caráter patriótico da celebração do Dia da Independência.
“Eu fiquei tão indignado quando vi aquela bandeira que você não queira nem saber”, afirmou Malafaia ao portal Folha de S.Paulo. “Eu sou contra a bandeira americana na nossa manifestação. Eu sou 100% contra”, defendeu ele.
Veja as fotosAbrir em tela cheia Silas MalafaiaReprodução: YouTube Ato pró-anistia na Paulista reuniu uma multidão; mesma manifestação acontecerá em Brasília nesta quarta-feira (7/5)Reprodução: YouTube/Silas Malafaia Manifestação na Paulista reuniu mais de 42 mil pessoas, segundo o Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap)Foto: Edilson Dantas/Agência O Globo Bandeira gigante dos EUA na manifestaçãoFoto: Eduardo Knapp/Folhapress Ex-presidente Bolsonaro registrou R$ 30 milhões em movimentações, diz Polícia FederalFoto: Ton Molina/STF
Voltar
Próximo
Leia Também
Política
Eduardo Bolsonaro critica PF após indiciamento ao lado do pai e de Malafaia
Política
“Vai tomar no c*, seu ingrato do caralh*!”, dispara Eduardo Bolsonaro em conversa com o pai
Política
“Seu filho é um babaca”, disse Silas Malafaia a Bolsonaro sobre Eduardo, revela PF
Política
Silas Malafaia é alvo de busca e medidas cautelares ao descer de avião do Rio
O pastor, que lidera a Assembleia de Deus Vitória em Cristo e é um dos organizadores dos atos, levantou a hipótese de que a bandeira poderia ter sido colocada de forma estratégica por adversários políticos para desmerecer o evento. “Posso te falar uma verdade? A minha ficha está caindo. Quem é que vai me dizer que não foi a turma da esquerda que estava ali e estendeu? Que não foi a própria esquerda que plantou isso para tentar desmoralizar o nosso evento, que era patriota, de 7 de setembro? Foi muita coincidência esse negócio”, disse.
Malafaia ressaltou ainda que a bandeira permaneceu na avenida apenas por alguns minutos, mas a imagem ganhou ampla repercussão nos veículos de comunicação, especialmente na Globo e na Folha.
O pastor afirmou que, em futuras manifestações sob sua coordenação, não permitirá novamente a presença de símbolos estrangeiros. “Eu prometo uma coisa: qualquer outra manifestação que eu estiver no comando, quero ver quem vai estender uma bandeira americana”, garantiu.
Em contraponto, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL/SP) comemorou o gesto. Em sua conta na plataforma X, ele associou a exibição da bandeira norte-americana ao papel do ex-presidente Donald Trump, chamando a situação como um “resgate das liberdades e da democracia”. Eduardo também criticou a imprensa tradicional e agradeceu diretamente a Trump: “Muito obrigado, presidente Donald J. Trump, por trabalhar para consertar a bagunça deixada por seu antecedente”, escreveu em letras maiúsculas.
A controvérsia gerou reação de líderes políticos do PT. Lindbergh Farias (RJ) afirmou que a imagem causou grande estrago, acusando Malafaia de tentar justificar o inexplicável. José Guimarães (CE), líder do governo na Câmara, também criticou o uso de bandeiras de outros países em um ato que celebrava a independência do Brasil.
O episódio aconteceu em meio a tensões políticas envolvendo sanções aplicadas pelo governo Trump contra autoridades brasileiras, incluindo sobretaxa sobre produtos do país e restrições de vistos, gerando debates sobre soberania e patriotismo durante a manifestação.