“Malês”: Antonio Pitanga explica por que filme levou 30 anos para ser produzido

“Malês”: Antonio Pitanga explica por que filme levou 30 anos para ser produzido

Antonio Pitanga, diretor de “Malês”, explicou por que o filme sobre a Revolta dos Malês, maior rebelião organizado por pessoas escravizadas do Brasil, levou quase três décadas para ser produzido. Em entrevista à apresentadora Janaina Nunes, da LeoDias TV, durante o Festival Negritudes Globo, nesta quinta-feira (18/9), o veterano destacou a dificuldade em contar histórias sobre a cultura negra.

“É difícil contar história de negro. O capital é branco, o capitalismo é branco. Até você conseguir uma consciência, de conseguir apoios daqui e dali dos órgãos. Tiveram alguns órgãos que quiseram entrar e entender. Talvez os tantos anos da minha carreira tenham comovido e sensibilizado”.

Veja as fotosAbrir em tela cheia O diretor e ator é pai dos também atores Camila Pitanga e Rocco Pitanga.Portal LeoDias O diretor e ator é pai dos também atores Camila Pitanga e Rocco Pitanga.Portal LeoDias Camila Pitanga fala ao Portal LeoDiasReprodução/Porta LeoDias Camila Pitanga / Globo/ Débora SantiagoCamila Pitanga / Globo/ Débora Santiago Camila Pitanga como Ellen e Bebel, montagemReprodução

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Antonio exemplificou as dificuldades com a trajetória de Ruth de Souza (1921-2019), primeira atriz negra da TV brasileira: “Olha quanto tempo ela levou para protagonizar alguma coisa. A dificuldade é enorme. O Lázaro mesmo falou que ela ainda não teve os papéis que teria direito”.

Por outro lado, o pai de Camila Pitanga, que integra o elenco de “Malês”, acredita que sua trajetória na indústria cinematográfica também tenha colaborado para atrair novos parceiros: “O que eu venho fazendo com cinema novo, minha formação com a nova linguagem do cinema brasileiro… isso me ajudou muito dentro dessa caminhada. Mas não é fácil”.

Por fim, Pitanga explicou o desejo de produzir o filme: “Eu nasci na Bahia, o maior griô de história do Brasil, já que foi a primeira capital e o maior porto de escravizados do Brasil. Então, desde a minha infância, sei essas histórias, e não só a dos Malês. Tantas histórias são guardadas no esquecimento, e basta nós, negos e negras, pretos e pretas, descurtinar e dar luz à história. A finalidade é compartilhar uma história que o povo brasileiro não conhece”.

A Revolta dos Malês, considerada a maior rebelião organizada por pessoas escravizadas no Brasil, aconteceu em 1835, em Salvador, e é considerada a maior rebelião urbana organizada por pessoas escravizadas no Brasil. Liderado por africanos muçulmanos, conhecidos como “malês”, o levante buscava a liberdade e o fim da escravidão, além da valorização de sua fé e cultura.

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Tags: Cultura