Durante o terceiro dia de julgamento que analisa a tentativa de golpe do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros sete réus nesta terça-feira (9/9) , o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes destacou a reunião de Bolsonaro com embaixadores estrangeiros como um dos momentos de “maior entreguismo nacional”.
Segundo Moraes, a reunião, em que Bolsonaro criticou as urnas eletrônicas, teria servido como preparação para “uma tentativa de retorno à posição de colônia brasileira, só que, desta vez, não mais de Portugal”. O ministro ainda ressaltou que trechos da live gravada nesse encontro foram utilizados por milícias digitais para reforçar argumentos contra o sistema eleitoral.
Veja as fotosAbrir em tela cheia Alexandre de Moraes – Internet Reprodução Alexandre de Moraes – Internet Reprodução Alexandre de Moraes no primeiro dia do julgamento de Jair Bolsonaro no STFReprodução: YouTube/TV Justiça Alexandre MoraesReprodução: TV Justiça Ministro Alexandre de Moraes é alvo da Lei MagnitskyFoto: Givaldo Barbosa
Voltar
Próximo
Leia Também
Política
Advogado de Mauro Cid rebate tese de coação e defende validade da delação premiada
Política
“Crime contra a democracia não é passível de anistia”, diz Lindbergh sobre julgamento de Bolsonaro
Política
Bolsonaro liderou estratégia para questionar futuras eleições, afirma Moraes
Política
Moraes afirma que advogado não deve censurar o magistrado: “Juiz não pode ser samambaia”
No voto, Moraes enfatizou que o julgamento não discute se houve ou não tentativa de golpe, mas sim a autoria dos atos. A denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) descreve “atos executórios e sequenciais” configurando delitos consumados, focando nos responsáveis pelos crimes.
O relator também criticou a atuação das defesas, afirmando que, mesmo com quatro meses de acesso às provas, não apresentaram elementos “pertinentes” para o processo. Para Moraes, a reunião com os embaixadores pode entrar para a História como um episódio emblemático de entreguismo nacional, preparatório de ações que buscavam minar instituições democráticas.