Nesta terça-feira (2/9) morreu o jornalista e fundador da CartaCapital, Mino Carta. Aos 91 anos, ele lutava contra problemas de saúde e enfrentava idas e vindas ao hospital. Há duas semanas, o comunicador estava internado na UTI do Hospital Sírio Libanês, em São Paulo. Por enquanto, a causa do falecimento não foi divulgada. A notícia foi confirmada pelo próprio veículo.
Mino foi casado com Maria Angélica Pressoto, que morreu em 1996. Um de seus filhos, o também jornalista Gianni Carta, faleceu em 2019, vítima de câncer. Mino deixa a filha, Manuela.
Veja as fotosAbrir em tela cheia Morre aos 91 anos Mino Carta, fundador da Carta Capital e referência para o jornalismoReprodução CartaCapital Morre aos 91 anos Mino Carta, fundador da Carta Capital e referência para o jornalismoReprodução CartaCapital Morre aos 91 anos Mino Carta, fundador da Carta Capital e referência para o jornalismoReprodução X
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Em uma rede social, o presidente Lula (PT), lamentou o óbito e decretou três dias de luto oficial no país, já que era amigo do jornalista. “Recebi com muita tristeza a notícia da morte de meu amigo Mino Carta, ocorrida na madrugada deste 2 de setembro. Ele fez história no jornalismo brasileiro: criou e dirigiu algumas de nossas principais revistas (Veja, Isto é, Quatro Rodas, Carta Capital, Jornal da Tarde, Jornal da República) e formou gerações de profissionais e, sobretudo, mostrou que a imprensa livre e a democracia andam de mãos dadas”, iniciou o político, no X, antigo Twitter.
Ele continuou: “Estas décadas de convivência me dão a certeza de que Mino foi – e sempre será – uma referência para o jornalismo brasileiro por sua coragem, espírito crítico e compromisso com um país justo e igualitário para todos os brasileiros e brasileiras. Se hoje vivemos em uma democracia sólida, se hoje nossas instituições conseguem vencer as ameaças autoritárias, muito disso se deve ao trabalho deste verdadeiro humanista, das publicações que dirigiu e dos profissionais que ele formou. À sua filha Manuela e a todos os seus familiares e os inúmeros amigos que construiu ao longo de sua vida, deixo um forte e carinhoso abraço.”
Trajetória no jornalismo
Aos 27 anos, o comunicador assumiu o posto de direção de uma nova revista da nascente editora Abril, Quatro Rodas. O desafio foi aceito mesmo sem saber dirigir nem diferenciar um Volkswagen de uma Mercedes, como se orgulhava em dizer, mesma época em que descobriu o talento de criar edições irônicas.
Posteriormente, lançou as revistas Veja, em 1968, IstoÉ, em 1976, e CartaCapital, em 1994. Esteve à frente da equipe fundadora do Jornal da Tarde, em 1966, conhecido pela modernidade na paginação e pela qualidade literária das reportagens que inspiraram gerações de jornalistas.
Ele nasceu em Gênova e fez parte da terceira geração de jornalistas da família, a começar pelo avô materno, Luigi Becherucci, diretor do jornal genovês Caffaro até perder o cargo em meio à perseguição fascista. Seu pai, Giannino, foi preso por se opor ao regime de Benito Mussolini, em 1944, mas conseguiu fugir em meio a uma revolta entre carcereiros. Foi então que, após o fim da Segunda Guerra, aceitou trabalhar no Brasil, como diretor da Folha de S. Paulo.
Mas quando chegou a São Paulo com a família, Giannino descobriu que seu emprego não existia, porque, pela legislação brasileira, Chiquinho, sucessor do pai no comando das Indústrias Matarazzo, estava impedido de assumir um cargo em um veículo de comunicação do Brasil. Com medo de um novo conflito armado, Carta foi trabalhar com a produção de capas para os livros da editora Instituto Progresso Editorial (IPE).