Opinião: Virginia Fonseca não precisa de massacre; ela precisa de tempo

Opinião: Virginia Fonseca não precisa de massacre; ela precisa de tempo

No último sábado (20), Virginia Fonseca foi coroada Rainha de Bateria da Grande Rio. O título, que deveria ser um momento de festa, acabou abrindo espaço para uma enxurrada de críticas. A performance dividiu opiniões: teve quem reclamasse da falta de samba no pé e quem defendesse o estilo mais coreografado, puxado pelas redes sociais.

A comparação com Paolla Oliveira, que deixa o posto, veio de imediato. Só que é bom lembrar: quando Paolla começou como Rainha, também não era a “musa do samba” que virou depois. Ela evoluiu com o tempo, ganhou intimidade com o ritmo e se tornou referência no carnaval. Além disso, Paolla já enfrentou algumas polêmicas na carreira, foi “cancelada” e soube transformá-las em superação, consolidando-se como uma das atrizes mais respeitadas da TV.

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O que chama atenção é como o peso da cobrança sobre Virginia é diferente. Ela não é criticada apenas pelo samba. É alvo constante de haters, acusada de promover jogos de azar, como se fosse a única a fazer esse tipo de publicidade. Enquanto isso, as mesmas “bets” estampam intervalos da Globo, patrocinam o “Big Brother Brasil” e o “Domingão com Huck”, entre outros. Mas é sobre Virginia que recai o maior julgamento.

E aqui está o ponto: o problema não é criticar. Crítica faz parte da vida de quem é pessoa pública — e Virginia sabe disso. O que incomoda é o linchamento virtual. A violência com que ela é atacada extrapola a discussão sobre carnaval, publicidade ou comportamento. Virginia é muito nova, é mãe, é filha, é amiga de muita gente. Quem parte para esse tipo de ataque não parece se preocupar com o efeito real do que escreve atrás de uma tela.

O público pode e deve discutir samba, postura e escolhas profissionais. Mas transformar isso em perseguição pessoal é outra história — e não ajuda ninguém. O carnaval, assim como a vida artística, sempre foi feito de evolução. Paolla teve seu tempo para crescer e se consolidar. Talvez Virginia também mereça essa chance.

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