“Pílula prima do Mounjaro”: especialista aponta revolução no tratamento contra obesidade

“Pílula prima do Mounjaro”: especialista aponta revolução no tratamento contra obesidade

Um novo comprimido em fase avançada de testes pode transformar o tratamento da obesidade ao oferecer resultados próximos aos das chamadas “canetas emagrecedoras”. A substância, conhecida como orforgliprona e apelidada de “pílula prima do Mounjaro”, atua na mesma família dos medicamentos injetáveis que vêm revolucionando a medicina, mas com a praticidade de ser administrada por via oral.

Estudo publicado no The New England Journal of Medicine mostrou que o remédio pode reduzir até 12% do peso corporal em pouco mais de 70 semanas de uso, além de melhorar colesterol, triglicerídeos e pressão arterial. O mecanismo é semelhante ao da semaglutida (Ozempic e Wegovy) e da tirzepatida (Mounjaro). Apesar de os resultados ficarem ligeiramente abaixo dos injetáveis, especialistas apontam ganhos importantes em acessibilidade.

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Em entrevista ao portal LeoDias, o endocrinologista Douglas Tigre diz que o avanço representa uma ampliação significativa do acesso ao tratamento. “Ter uma opção oral com eficácia semelhante às injeções pode beneficiar milhares de pessoas que não conseguem aderir ao uso de agulhas ou que encontram dificuldades no custo e na logística dos medicamentos injetáveis”, explica.

Ele acrescenta que a facilidade pode melhorar a adesão ao tratamento: “Um comprimido diário é mais simples de incorporar à rotina. Essa facilidade aumenta as chances de continuidade e, consequentemente, melhora os resultados para quem enfrenta a obesidade”.

Sobre os efeitos colaterais, Tigre ressalta que os dados preliminares apontam perfil semelhante ao dos injetáveis, com sintomas gastrointestinais leves e temporários. “O que vemos é um potencial de democratização do tratamento, algo fundamental em uma doença crônica e multifatorial como a obesidade”, conclui.

A expectativa é que, se confirmada a segurança a longo prazo, a “pílula prima do Mounjaro”, desenvolvida pela Eli Lilly, chegue às farmácias no segundo semestre de 2026, após aprovação de agências regulatórias como a Anvisa.

Dados sobre a pesquisa com mais de 3 mil voluntários
Segundo reportagem da Veja, na pesquisa, realizada com mais de 3 mil voluntários, três dosagens foram testadas. Na dose máxima, os pacientes perderam em média 12,4 kg (12% do peso corporal). Seis em cada dez eliminaram ao menos 10% do peso, e quase 40% atingiram 15%. Entre os que tinham pré-diabetes, 90% atingiram níveis próximos de glicemia normal — contra 42% no grupo placebo.

A orforgliprona é um análogo de GLP-1 em forma de comprimido diário, capaz de imitar um hormônio que regula a saciedade. Diferente de outras opções orais em estudo, pode ser tomada em qualquer horário, independentemente das refeições. Descoberta por um laboratório chinês e licenciada pela Eli Lilly em 2018, vem sendo pesquisada também para tratar diabetes tipo 2 e sobrepeso associado a doenças metabólicas.

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Tags: endocrinologistaEstudoorforglipronapílula prima do MounjaroSAÚDE