Acelino “Popó” Freitas se manifestou publicamente depois da confusão que marcou sua luta contra Wanderlei Silva no Spaten Fight Night, em São Paulo, no último sábado (27/9). O tetracampeão mundial de boxe lamentou o desfecho da noite, afirmou que não buscou confronto fora das regras e pediu desculpas ao público pela briga generalizada que tomou conta do ringue após a desclassificação do rival.
O combate terminou no quarto round, quando Wanderlei foi punido com a perda de pontos após aplicar três cabeçadas — prática proibida no boxe. Com o anúncio da desclassificação, integrantes das duas equipes invadiram o ringue e a situação saiu do controle. No tumulto, Wanderlei acabou nocauteado com um soco, perdeu a consciência e precisou ser encaminhado ao hospital.
Veja as fotosAbrir em tela cheia Alerta de barraco: Popó derrota Wanderlei Silva e luta termina em confusão generalizadaDivulgação Alerta de barraco: Popó derrota Wanderlei Silva e luta termina em confusão generalizadaReprodução: Globo Alerta de barraco: Popó derrota Wanderlei Silva e luta termina em confusão generalizadaReprodução: X Alerta de barraco: Popó derrota Wanderlei Silva e luta termina em confusão generalizadaReprodução: Globo Alerta de barraco: Popó derrota Wanderlei Silva e luta termina em confusão generalizadaReprodução: Globo Arcelino PopóFoto: Reprodução
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Alerta de barraco: Popó derrota Wanderlei Silva e luta termina em confusão generalizada
Em vídeo publicado nas redes sociais, Popó relatou ter sido alvo de agressões mesmo após o término da luta. “Infelizmente eu tomei três cabeçadas. E quando encerrou a luta, que o árbitro desclassificou o Wanderlei, o treinador dele foi para cima de mim e me deu um soco, machucou muito”, disse. Ele ainda afirmou que foi atacado pelas costas: “O outro cara tentou me dar um mata-leão, quase me apaga depois de ter tomado cabeçada e tudo. Mas tudo bem, Deus sabe o que faz.”
O boxeador fez questão de destacar que, na sua visão, a briga jamais deveria ter envolvido os integrantes dos corners. “Eu não vim aqui para denegrir a imagem de ninguém e para fazer briga ou confusão. Vim aqui para dar um show para vocês, para fazer o melhor possível. Se o Wanderlei me deu cabeçada, se deu cotovelada, era eu e ele e mais ninguém. Nem a minha equipe e nem a equipe dele deveria se meter. A briga aqui dentro é entre eu e ele.”
Apesar da repercussão negativa, Popó pediu perdão aos fãs: “Quero pedir perdão a vocês. Vim aqui para dar um show, para fazer o melhor possível. Infelizmente aconteceu tudo isso, mas não foi culpa da minha equipe. A nossa briga era apenas no ringue.”
Sobre possíveis medidas legais, o tetracampeão descartou qualquer ação judicial. “Por enquanto a gente não vai fazer nada, não tem processo, não tem nada. A decisão imediata seria essa. A gente estava na luta, o Wanderlei me deu três cabeçadas e a equipe dele foi lá e me agrediu”, concluiu.
Em nota enviada ao portal LeoDias, a assessoria de imprensa de Arcelino Freitas, o Popó, lamentou o ocorrido. Leia na íntegra:
No Spaten Fight Night, ao vivo, em rede nacional, o ringue templo da arte nobre foi tomado por um vendaval que ninguém esperava. O combate entre Wanderlei Silva e Acelino “Popó” Freitas, que deveria celebrar o boxe em sua grandeza, acabou maculado por gestos que fugiram à essência do esporte. Golpes ilegais, ajoelhadas, atitudes que transbordaram os limites da regra e do respeito. O árbitro, com justiça, desclassificou Wanderlei.
Mas foi então que a luta deixou de ser técnica e virou turbilhão. As equipes, antes expectadoras da glória dos seus atletas, transformaram-se em antagonistas da própria honra. Vozes elevadas, gritos, insultos, o corpo a corpo que não cabe em nenhum manual da nobreza esportiva.
No centro do caos, Popó ídolo de gerações ergueu-se como pacificador. Tentou conter, separar, acalmar. Mas a sombra da violência não escolhe alvos: foi ele quem recebeu chutes, socos e empurrões covardes, vindos de onde não se via, de braços que não sabiam parar.
Wanderlei, também tragado pelo furor, terminou ao chão, golpeado pela queda, recolhido agora à recuperação. Em torno deles, um enxame de corpos: uma dezena, talvez duas, no ringue, num espetáculo de insanidade coletiva, que insistia em prolongar-se para além das cordas.
E como se não bastasse, a violência extravasou os limites da arena. Na saída, nos corredores e até diante dos veículos de transporte, a fúria ainda ecoava.
Resta-nos, agora, o silêncio reflexivo. O receio do que pode vir, e a esperança do que deve prevalecer. Que se levante mais alto o espírito nobre do boxe. Que vença o respeito, o reconhecimento, o gesto que cura: o pedido de perdão, o aperto de mãos, o abraço sincero.
É isso o que o Brasil quer ver. É isso o que o mundo espera.
Que a pancadaria de ontem se transforme, o quanto antes, no exemplo de reconciliação que só o esporte é capaz de ensinar.
“Wand, estou e sempre estarei, aqui, pronto, para apertar suas mãos, te abraçar e fazer a minha parte das desculpas na pacificação e na preservação do boxe e do esporte. Esse é o nosso papel como referências, ídolos de gerações. Espero que tenhas a grandeza de seguirmos juntos nesse propósito que é muito maior do que nós! E de revivermos a liderança para conter, vez por todas, cada um dos times e quiçá de terceiros outros aproveitadores”, declarou o boxeador Popó Freitas
“Somos gigantes e quaisquer diferenças se resolvem dentro do ringue, apenas entre nós como de fato foi. Nenhum de nós queria o final que se sucedeu. Mas podemos ainda construir, ainda no presente, o futuro de paz, harmonia e muito espírito esportivo! Que todos respeitem a nossa história a minha e a sua”, finalizou Popó Freitas