A participante de “A Fazenda 12” e “De Férias com o Ex: Diretoria”, Stéfani Bays, está processando um hospital de São Paulo onde sofreu uma queimadura de terceiro grau na perna, causada por um bisturi elétrico, após passar por uma cirurgia nos seios, segundo ela relatou para a reportagem do portal LeoDias. Muita gente pensa que o aparelho causa onda de calor na ponta metálica, mas não é isso. Para entender melhor o que aconteceu com a influenciadora, este veículo entrevistou o cirurgião plástico Matthews Herdy, que analisou o caso.
“O bisturi elétrico gera uma onda de eletricidade de alta frequência na ponta pequena que faz com que a gente possa cortar o tecido. Essa eletricidade é muito concentrada nessa ponta e ele aquece as células, a água que está dentro das células do tecido e isso faz com que a gente possa cortar ou coagular”, iniciou o especialista.
Veja as fotosAbrir em tela cheia Queimadura de 3º grau com bisturi: cirurgião analisa caso de ex-A FazendaImagem da internet Bisturi elétricoImagem da internet Stéfani Bays e a queimadura de terceiro grau na pernaReprodução Instagram @stefanibays e arquivo pessoal/ montagem Reprodução Instagram Stéfani Bays e arquivo pessoal/ montagem Arquivo pessoal Stéfani Bays e a queimadura de terceiro grau na pernaArquivo pessoal/ montagem Stéfani Bays e a queimadura de terceiro grau na pernaArquivo pessoal
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Queimadura de 3º grau com bisturi elétrico: cirurgião analisa caso de ex-A Fazenda
Ele explicou as funções do aparelho: “Uma [ferramenta] de corte que tem a função de cortar com menor dano tecidual. A eletricidade é muito restrita e a forma de coagulação dos tecidos, que é uma eletricidade um pouco mais dispersa, não é tão concentrada, o que faz esses pequenos tecidos, pequenos vasos sanguíneos coagularem, se contraírem por causa da lesão localizada, térmica bem localizada e então diminui o sangramento.”
“Apesar de ser uma energia, ela precisa ser dissipada em algum lugar. O bisturi elétrico precisa de uma saída dessa eletricidade, ela entra pela ponta, desce do bisturi no paciente, e aí a gente tem uma placa de aterramento colada no paciente, em uma área maior. Como ele entra numa ponta muito concentrada, ele causa esse efeito térmico e aí dissipa através do corpo do paciente e sai nessa placa e, como é uma área maior, ela não causa aquecimento”, continuou.
Em aparelhos mais novos, essa placa é “molinha”, sendo fácil de colar no paciente e ter uma boa superfície. Em aparelhos mais antigos, existem placas de metal sólido, é “durinho” e, dependendo da área de contato, por exemplo, aonde for colocada, pode não estar em contato totalmente com o paciente. Isso pode causar o aquecimento porque o paciente vai estar encostando numa área pequena e aí funcionaria essa saída de energia numa área muito pequena, gerando eletricidade, assim como calor.
“Temos protocolos e áreas específicas para colar, como, por exemplo, na coxa, em áreas que não têm tanto pêlo, nas costas, nas coxas, quadríceps [como no caso da Stéfani], no braço. Essa placa tem que estar totalmente em contato do paciente para ela dissipar essa energia de forma eficaz e essa saída da energia, não gere calor”, prosseguiu o médico.
O que pode acontecer algumas vezes nessas placas mais antigas é o paciente não estar em contato totalmente com essa placa e ir num ponto específico, estar em contato somente num ponto pequeno do corpo e aí gerar calor e ocasionar queimadura nesta área.
“Outras coisas que podem acontecer é que o bisturi gera calor nessa eletricidade e uma certa faísca. O contato das substâncias que são usadas para limpar o paciente antes da cirurgia; algumas têm álcool na composição e isso pode do paciente não ter esse líquido alcoólico, não ter evaporado totalmente ou às vezes ter ficado ensopado no tecido na qual a paciente é coberta, naqueles tecidos esterilizados. Essa substância [pode] ter ficado acumulada e também poderá gerar uma faísca e consequentemente queimar a paciente”, explicou.
O profissional ainda detalhou algumas possibilidades do que pode ter acontecido no caso de Bays, como uma quebra de protocolo que os cirurgiões precisam seguir, a placa que se soltou, ou uma não bem posicionada e essa saída da energia que o bisturi elétrico faz na hora do corte possa ter levado a queimadura no local em uma paciente. Dependendo, se for continuamente no mesmo local, por exemplo, a cirurgia mais longa na qual o bisturi elétrico é usado mais vezes, isso também pode gerar uma queimadura de vários graus, desde mais leve, até mais extensas, mais profundas, como, por exemplo, segundo ou terceiro grau (sofrida por Stéfani).
“As lesões dessas queimaduras mais sérias precisam de tratamento cirúrgico para melhorar o resultado estético, como o debridamento, que é a retirada do tecido morto que foi queimado. Às vezes, a necessidade de cobertura com pele de outros locais nessa região ou, às vezes, até mesmo uma queimadura um pouco mais superficial vai gerar uma cicatrização que pode dar um resultado estético ruim”, continuou.
“E aí a gente precisa de tratamentos, às vezes cirúrgicos invasivos, como, por exemplo, lasers etc. que podem melhorar um pouco mais a qualidade dessa pele, diminuir a pigmentação que uma cicatriz faz deixar naquela pele”, finalizou o Dr. Matthews fez quatro cirurgias para amenizar a cicatriz.