“Submissão feminina não é inferioridade, opressão ou obediência cega”, afirma promotor

Na manhã desta segunda-feira (01), o promotor de Justiça de Sena Madureira, Júlio César de Medeiros, participou do Programa Sorriso Show, transmitido pela rádio Avalanche FM 102.7, e falou sobre o empoderamento feminino e os desafios no enfrentamento à violência contra a mulher.

O representante do Ministério Público destacou que a chamada submissão feminina não deve ser confundida com inferioridade, opressão, obediência cega ou anulação da vontade da mulher.

Segundo ele, é fundamental compreender que os direitos das mulheres precisam ser respeitados em todas as esferas da sociedade.

Durante a entrevista, o promotor lembrou que a violência de gênero se manifesta de várias formas — física, psicológica, moral e patrimonial —, mas chamou atenção especial para a violência psicológica, considerada uma das mais graves por deixar marcas profundas e de difícil reparação.

Ele ressaltou que já existem precedentes no Tribunal de Justiça do Acre que confirmam condenações nesse tipo de crime.

O promotor frisou ainda que o Ministério Público tem atuado não apenas na repressão, mas também na prevenção da violência, por meio da recomendação de implantação de grupos reflexivos para agressores, que funcionam como medida obrigatória quando determinadas pelo Poder Judiciário.

“O foco é a vítima, mas também precisamos trabalhar diretamente com os agressores, para evitar a reincidência, e isso ocorrerá com a determinação de participação nos Grupos Reflexivos”, afirmou.

Outro ponto destacado foi o medo que muitas mulheres ainda têm de denunciar, devido a ameaças sofridas pelos companheiros.

Para enfrentar esse desafio, o promotor explicou que existem múltiplos canais de denúncia e acolhimento, desde delegacias e patrulhas especializadas até atendimento direto no Ministério Público, onde equipes capacitadas estão preparadas para receber as vítimas.

Por fim, o promotor fez um apelo à sociedade para que não se cale diante da violência. “Quem faz justiça é a sociedade. Se não houver denúncia, ficamos de mãos atadas. A violência contra a mulher precisa ser combatida com coragem, união e consciência de que nenhuma forma de opressão deve ser tolerada”, concluiu.

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