Jovens peruanos da Geração Z (nascidos entre 1995 e 2009) protagonizaram mais uma rodada de protestos em Lima, entrando em confronto com a tropa de choque na última sexta-feira (27). Os manifestantes criticam reformas no sistema de pensões do país, mas também expressam descontentamento generalizado com o governo da presidente Dina Boluarte, o Congresso e a situação econômica e de segurança do país.
Os protestos tiveram início em 20 de setembro, após a proposta de reforma que obrigaria todos os peruanos com mais de 18 anos a se filiar a um provedor de pensões. No entanto, a insatisfação vai além do tema previdenciário: jovens e outros setores da população também questionam escândalos de corrupção, aumento da criminalidade, insegurança econômica e a falta de responsabilização das forças de segurança pelas mortes ocorridas em manifestações desde que Boluarte assumiu o poder no final de 2022, após a destituição e prisão do ex-presidente Pedro Castillo.
Durante os confrontos, a tropa de choque utilizou gás lacrimogêneo para dispersar os manifestantes, que bloquearam ruas próximas ao Congresso. Segundo especialistas, o descontentamento social está em alta, refletido na baixa popularidade da presidente, que, segundo relatório do Instituto de Estudos Peruanos de julho, possui apenas 2,5% de aprovação, enquanto o Congresso registra 3%.
Somente no sábado, mais de 18 pessoas ficaram feridas durante os protestos, incluindo manifestantes, policiais e jornalistas. A mobilização da juventude peruana, especialmente da Geração Z, evidencia o papel ativo dos jovens na política do país, exigindo mudanças e responsabilização do governo diante de problemas estruturais.