A decisão do ministro do STF Flávio Dino de suspender os repasses de emendas parlamentares a nove municípios do Brasil, incluindo Sena Madureira, confirmou aquilo que o YacoNews vinha alertando há meses: os recursos milionários enviados por meio das chamadas emendas PIX sempre estiveram cercados de dúvidas, falta de transparência e indícios de irregularidades.
Durante a gestão do ex-prefeito Mazinho Serafim, Sena Madureira foi uma das cidades do país que mais recebeu emendas PIX, ultrapassando a marca de R$ 46 milhões em repasses diretos, sem necessidade de convênios formais ou fiscalização prévia. Reportagens do YacoNews já haviam mostrado que parte desses recursos não tinha clareza quanto à aplicação, com obras inacabadas e ausência de documentos de comprovação.
Os recursos destinados a Sena Madureira e agora sob análise foram enviados por parlamentares acreanos com forte influência no Congresso. Entre eles:
-
Meire Serafim (União Brasil) – deputada federal e esposa do então prefeito Mazinho Serafim, que destinou a maior parte das emendas milionárias ao município.
-
Alan Rick (Republicanos) – senador, que também destinou recursos via emendas PIX para a prefeitura de Sena Madureira.
-
Flaviano Melo (MDB) (In memória)– deputado federal à época, que teve participação nos repasses enviados ao município.
-
Outros parlamentares também contribuíram, mas esses nomes concentram os maiores volumes de recursos identificados nos relatórios preliminares da CGU.
O alerta confirmado
O ministro Flávio Dino apontou que a Controladoria-Geral da União encontrou falhas graves: ausência de planos de trabalho completos, falta de comprovação da entrega de bens e serviços e descumprimento das exigências legais de transparência. Em Sena Madureira, quase R$ 33 milhões já estão sob suspeita.
Com a decisão, os repasses ficam suspensos e os relatórios serão encaminhados à Polícia Federal.
Meses antes da decisão, o YacoNews já havia destacado que os repasses extraordinários a Sena Madureira eram desproporcionais em relação a outras cidades e careciam de fiscalização efetiva. Agora, com a suspensão decretada por Flávio Dino, o alerta ganha contornos ainda mais graves: o dinheiro que deveria transformar a cidade pode se tornar mais um capítulo de escândalo nacional.