A nova rainha do mal: Arminda assume o lugar de Odete Roitman em “Três Graças”

A nova rainha do mal: Arminda assume o lugar de Odete Roitman em “Três Graças”

Grazi Massafera está prestes a viver o papel mais ousado de sua carreira. Em “Três Graças”, nova novela das nove da Globo, ela dá vida a Arminda Melo Dantas, uma vilã que não apenas pisa nos mais fracos com classe e arrogância, como também participa ativamente de um dos esquemas mais sórdidos já vistos em uma novela: a falsificação de medicamentos que mata pessoas pobres. Rica, manipuladora e sem um pingo de empatia, Arminda chega para ocupar o espaço de grandes antagonistas da dramaturgia — como a inesquecível Odete Roitman (Debora Bloch), de “Vale Tudo”.

Arminda é dona de um casarão em Santa Teresa, onde vive com o filho Raul (Paulo Mendes) e a mãe idosa, Josefa (Arlete Salles), que sofre de lapsos de memória. À primeira vista, ela parece ser apenas uma herdeira ranzinza e controladora, que vive do dinheiro do falecido marido. Mas a fachada esconde uma cúmplice fria e ambiciosa. Viúva de Rogério — um dos fundadores da Fundação Feretti — Arminda está envolvida até o pescoço com Santiago Feretti (Murilo Benício), seu amante e parceiro no golpe dos medicamentos falsos.

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A relação dos dois vai muito além da cama: juntos, comandam uma operação que enriquece às custas da saúde dos mais pobres. Feretti mantém uma imagem de filantropo, distribuindo “remédios gratuitos” por meio de sua fundação. Mas os medicamentos são placebos, pílulas sem efeito, que agravam doenças e causam mortes — inclusive na comunidade da protagonista Gerluce (Sophie Charlotte)). E quem ajuda a esconder tudo isso é Arminda, que abriga em sua casa sacolas de dinheiro vivo e até uma escultura recheada com milhões.

Arminda é sofisticada, mas sem delicadeza. É o tipo de mulher que acredita que o mundo gira ao seu redor, e que empregados existem para obedecer e adivinhar seus desejos. Ela humilha a mãe, despreza o filho e guarda um passado obscuro que envolve o suposto suicídio do marido — morte essa que talvez não tenha sido tão voluntária assim.

Grazi Massafera assume com coragem o desafio de interpretar uma vilã complexa, que seduz com charme e destrói com frieza. Diferente das vilãs caricatas, Arminda é realista: uma mulher que usa o poder social e o verniz da elite para cometer crimes que jamais imaginaria pagar. É, ao mesmo tempo, cúmplice de um império de corrupção e símbolo de um Brasil onde o poder se esconde atrás de boas intenções.

Em tempos de ficção que se confunde com a realidade, Arminda promete ser a antagonista perfeita: elegante, impiedosa e perigosamente atual. A ideia é que o horário nobre volte a ter medo de vilã.

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