Papoco, região central de Rio Branco (Ac). Um local dominado por uma facção criminosa, responsável por controlar a grande maioria dos moradores em situação de rua que perambulam pelos comércios centrais de Rio Branco.
A região localizada na rua Rui Barbosa, no bairro Don Giocondo, já foi cenário de vários homicídios ocasionados pela guerra entre as facções criminosas que atuam no Acre.
Vídeos enviados a equipe de reportagem do site Na Rota da Notícia, mostram como funcionam as leis do crime. Pessoas são obrigadas a pagar valores aos membros da organização, sobe pena de torturas, espancamentos e até mesmo a morte. Quem não obedece as regras impostas pelo crime, é severamente punido com agressões físicas causando danos irreparáveis à saúde da vítima.
A prefeitura de Rio Branco através da Secretaria Municipal de Assistência Social e Direitos Humanos (Sasdh), traçou um projeto para realocar as famílias que vivem no Papoco, para uma aérea no bairro Rosalinda, no segundo distrito de Rio Branco.
O objetivo do projeto, é garantir que as famílias que vivem na área obscura da cidade, não corram risco de vida, pois, segundo estudos realizados, o local pode sofrer com deslizamentos de terra, uma vez que, o Rio Acre é próximo.
A ideia não foi bem aceita pela comunidade, os moradores temem que várias mortes aconteçam caso isso seja concretizado, 95% das famílias estão inseridas no Cadastro Único e recebem acompanhamento de assistência social e saúde.
O Ministério Público do Estado do Acre (MPAC), promoveu uma reunião com a SASDH, para discutir a retirada das famílias que vivem na região do Papoco. O promotor de justiça Luís Henrique Corrêa Rolim, destacou que o MP acompanhará todo processo, com o objetivo de assegurar que as medidas sejam conduzidas conforme a legislação e com o respeito à dignidade das famílias envolvidas.
O local é bastante conhecido pelas forças de segurança, e comparado como a favela do Complexo da Maré em Rio Branco. No bairro existem pontos de vendas de entorpecentes e abriga criminosos foragidos da justiça.
O projeto de desocupação está previsto para dar sequência nos próximos dias, porém, grande parte da comunidade não quer sair do local.
Com informações de Deyvi Chessmon em parceria com YacoNews.