A volta do mestre: Aguinaldo Silva estreia “Três Graças” e reacende a força do novelão popular

A volta do mestre: Aguinaldo Silva estreia “Três Graças” e reacende a força do novelão popular

Nesta segunda-feira (20), um dos maiores nomes da teledramaturgia brasileira faz seu retorno triunfal ao horário nobre. Aguinaldo Silva, autor de personagens que atravessaram décadas na memória do público, estreia “Três Graças”, novela que substitui “Vale Tudo” na programação e marca também sua volta à Globo — cinco anos depois de ter sido dispensado pela emissora.

Aos 82 anos, Aguinaldo volta ao posto que sempre foi dele por direito: o de cronista das paixões, das vilanias e dos embates que movimentam o imaginário popular. A Globo reabriu suas portas em 2024, depois do tropeço de “O Sétimo Guardião” (2018), sua última novela, que enfrentou críticas e baixos índices de audiência. Mas basta olhar para o conjunto da obra para entender que estamos diante de um autor com um repertório raro, com cultura, com faro afiado para o que o público gosta — e, mais do que isso, do que o público sente falta.

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Aguinaldo sabe contar histórias que grudam no povo. Criou mocinhas por quem se torce de verdade, como Maria do Carmo (Susana Vieira), em “Senhora do Destino”, e Griselda (Lilia Cabral), em “Fina Estampa”. Criou vilãs que se tornaram fenômenos — da clássica Perpétua (Joana Fomm), de “Tieta”, à inesquecível Nazaré (Renata Sorrah), com sua escada e suas frases eternizadas em memes, passando pela divertidamente cruel Tereza Cristina (Christiane Tornoli). Criou também personagens que fugiram das caixinhas, como Crô (Marcelo Serrado), que levou representatividade para o horário nobre com humor e dignidade.

“Três Graças” chega com a responsabilidade de abrir um novo ciclo — não só para a teledramaturgia da Globo, mas para o próprio Aguinaldo. É a chance de encerrar sua carreira em grande estilo, com um novelão clássico, com cheiro de sofá das nove, recheado de conflitos, redenções e, claro, uma vilã para o público amar odiar. E se tem alguém capaz de entregar esse pacote completo, é ele.

O retorno de Aguinaldo não é só simbólico — é necessário. Em tempos em que a novela tenta reencontrar seu papel na cultura brasileira, ter um autor que entende como poucos o coração do telespectador é mais do que um acerto: é um aceno ao que a TV aberta ainda pode ser.

Hoje começa “Três Graças”. E com ela, começa também a torcida para que Aguinaldo Silva brilhe mais uma vez. Que seja um sucesso. Que seja um acerto. Que seja, como tantas outras vezes, inesquecível.

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