O Acre encerrou setembro com 840 focos ativos de queimadas, o menor número para o mês em mais de duas décadas. Segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), a última vez que o estado teve menos de mil ocorrências em setembro foi em 2001.
O resultado representa uma queda de 78,2% em relação ao mesmo período de 2024, quando foram contabilizados 3.855 focos de incêndio. Apesar de setembro tradicionalmente ser o mês mais crítico da temporada de queimadas, o dado de 2025 marca uma melhora significativa.
Mesmo com o aumento de 62,5% em relação a agosto — comportamento esperado nesta época do ano —, o total ficou bem abaixo da média histórica, que é de 3.370 focos, e distante do recorde registrado em 2022, com 6.693 ocorrências.
Qualidade do ar e redução das queimadas
O monitoramento do Inpe mostra uma queda expressiva na atividade de fogo em Rio Branco, onde a média de poluição atmosférica nos primeiros dias de setembro foi de 12,61 μg/m³, considerada “boa” segundo parâmetros internacionais.
Em comparação, no mesmo período de 2024, a capital apresentava 139,3 μg/m³ de material particulado — nível classificado como “muito insalubre”. Naquele ano, Rio Branco chegou a liderar o ranking das cidades com pior qualidade do ar do país.
Chuvas ajudaram a conter o fogo
Um dos fatores que contribuíram para a redução das queimadas foi o aumento das chuvas em setembro. Segundo a Defesa Civil de Rio Branco, o volume registrado foi de 90,8 milímetros, o equivalente a 97,8% do esperado para o mês.
Esse foi o quarto maior índice dos últimos 10 anos e o melhor resultado da década. Em contraste, setembro de 2024 teve apenas 32,1 milímetros de chuva, o que agravou a seca e intensificou os incêndios.
Com o retorno das chuvas, a estiagem severa perdeu força, e o céu da capital voltou a ter boa visibilidade — cenário bem diferente do ano anterior, quando a cidade ficou tomada pela fumaça.
Tendência nacional de queda
Em todo o Brasil, o Inpe contabilizou quase 76 mil focos de incêndio entre janeiro e setembro de 2025 — uma redução de 64% em relação ao mesmo período do ano passado. O resultado representa o menor número de queimadas desde o ano 2000, reforçando a tendência de melhora ambiental em todo o país.