O Acre alcançou resultados expressivos em seu comércio exterior no primeiro semestre de 2025, consolidando um período de crescimento econômico iniciado em 2019. Nos últimos seis anos, o estado movimentou mais de R$ 1,8 bilhão em exportações, com destaque para 2024, quando registrou R$ 527,4 milhões, um aumento de 90,6% em relação ao ano anterior.
Segundo dados do Ministério da Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) e do sistema ComexStat, apenas nos seis primeiros meses de 2025, o Acre exportou US$ 57,9 milhões, alta de 19,1% em comparação ao mesmo período do ano passado. Os principais produtos exportados incluem soja, carne bovina, proteína suína, madeira e castanha-da-Amazônia.
O governador Gladson Camelí comemorou os números, destacando que o estado avança em direção a um crescimento sustentável e à geração de empregos. “O Acre vive um novo momento, rompendo fronteiras e mostrando que é possível crescer com sustentabilidade”, afirmou.
Para o secretário de Planejamento, Ricardo Brandão, o avanço é resultado de políticas que reestruturaram a economia local e incentivaram o agronegócio sustentável. “Até 2018, o agronegócio era restrito. A partir de 2019, houve flexibilização e condições para implantação de um setor produtivo competitivo e sustentável”, explicou.
O governo também trabalha na abertura de novos mercados internacionais, com destaque para o Peru, fortalecendo o Acre como polo exportador na Região Norte. Produtos como café e cacau estão sendo preparados para exportação em breve, ampliando a diversificação da economia.
Um dos marcos desse crescimento foi a certificação do Acre como zona livre de febre aftosa sem vacinação, concedida pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) em 2021. A medida abriu mercados internacionais para a carne bovina acreana e estimulou investimentos em frigoríficos, totalizando mais de R$ 200 milhões em melhorias estruturais. Atualmente, carnes bovina e suína representam quase 40% das exportações do estado.
A soja lidera a pauta exportadora, seguida por carne bovina, suína e castanha-do-brasil, que juntas respondem por cerca de 90% do total. A inauguração da Ponte do Abunã, ligando o Acre a Rondônia, foi determinante para facilitar o escoamento da produção pelo porto de Porto Velho.
O Acre também aposta na promoção internacional de seus produtos. A carne acreana já pode ser vendida ao Peru e à República Dominicana, e produtores participaram de feiras internacionais, como a Expoalimentaria (Peru) e Expocruz (Bolívia), apresentando mais de 30 empresas locais a compradores estrangeiros.
O apoio do governo envolve integração entre órgãos estaduais, como Seagri, Idaf, Seict e Anac, além de parceria com o Sebrae e o Ecossistema de Ciência, Tecnologia e Inovação do Acre (ECTI-AC), promovendo inovação, capacitação e agregação de valor aos produtos.
Entre os projetos estruturantes em andamento estão o Plano Estadual de Logística e Transporte, o Arco Metropolitano de Rio Branco, o Anel Viário do Alto Acre e a reforma da Zona de Processamento de Exportação (ZPE), que funcionará como polo exportador. Também estão em negociação a Rota de Integração Sul-Americana – Quadrante Rondon, conectando o Acre a portos peruanos, reduzindo custos e ampliando o comércio com países do Pacífico.
Os principais destinos das exportações acreanas incluem Peru, China, Espanha, Emirados Árabes Unidos e Malásia, consolidando o estado como elo comercial entre o Brasil andino e o mercado global.