Na madrugada desta segunda-feira (27), o recém-nascido José Pedro, de apenas dois dias, morreu na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital da Criança, em Rio Branco. O bebê, que nasceu prematuro com apenas 25 semanas de gestação — cerca de cinco meses —, havia sido dado como morto logo após o parto, mas surpreendeu a família ao chorar durante o velório.
A mãe, Sabrina Souza, é moradora de Pauini, no interior do Amazonas. Ela e o marido, Marcos dos Santos, barbeiro, decidiram viajar até a capital acreana em busca de um atendimento mais adequado, já que o município amazonense, segundo Marcos, não dispõe de recursos médicos suficientes.
O casal chegou à Maternidade Bárbara Heliodora na quinta-feira (23). Sabrina foi internada e acompanhada pela equipe médica, mas, na noite da sexta-feira (24), sofreu o rompimento da placenta e entrou em trabalho de parto. De acordo com o pai, o bebê nasceu de forma espontânea ainda no leito e, após o parto, um profissional teria informado que a criança estava sem vida. O corpo foi então colocado em um saco e levado ao necrotério.
No sábado (25), uma funerária foi acionada para realizar o sepultamento. Durante o velório, a tia do bebê ouviu um som semelhante a um choro vindo do caixão e pediu para abri-lo. Para surpresa de todos, José Pedro estava vivo. A família imediatamente levou o bebê de volta à maternidade, onde ele foi encaminhado em estado gravíssimo ao Hospital da Criança.
O caso gerou grande repercussão e indignação nas redes sociais. Diante da situação, o governador do Acre determinou o afastamento de toda a equipe médica envolvida no atendimento e ordenou a abertura de uma investigação.
A médica responsável pelo primeiro atendimento, Mariana Colloodetti, informou à imprensa que o estado clínico do bebê era extremamente delicado, embora seus sinais vitais estivessem estáveis. Mesmo com todos os esforços da equipe, José Pedro não resistiu e faleceu durante a madrugada desta segunda-feira.
O Instituto Médico Legal (IML) foi acionado por volta das 2h30 para realizar a remoção do corpo e os procedimentos cabíveis. A Polícia Civil deve investigar o caso para apurar responsabilidades e esclarecer as circunstâncias do ocorrido.