Moradores ribeirinhos do seringal Santa Clara, em Sena Madureira, vivem uma situação crítica após o bloqueio do Rio Iaco promovido por uma madeireira que atua na região. A denúncia foi feita nesta semana, quando um grupo de famílias precisou recorrer ao uso de trator para conseguir atravessar o trecho e dar continuidade à viagem.
Segundo relatos, a empresa teria utilizado toras de madeira e barro para fechar o leito do rio, alegando tratar-se de um “projeto de manejo”. A intervenção, no entanto, ignorou completamente a dependência das comunidades que utilizam o Iaco como principal via de transporte para chegar à cidade e acessar serviços essenciais, como saúde e educação.
As imagens registradas mostram embarcações sendo puxadas por máquinas para conseguir ultrapassar o bloqueio. Moradores relatam indignação e afirmam não saber como irão se deslocar nos próximos dias, caso a situação persista.
A prática vem sendo criticada por ribeirinhos e por lideranças comunitárias, que apontam a violação do direito de ir e vir e possíveis impactos ambientais. A população já articula levar o caso ao Ministério Público do Acre para que providências sejam tomadas contra a madeireira.
O episódio acende um alerta sobre a ausência de fiscalização e o desrespeito às comunidades tradicionais, que dependem exclusivamente do rio para sobreviver. Cabe agora às autoridades estaduais e municipais dar uma resposta firme, garantindo a imediata liberação do curso do Iaco e responsabilizando a empresa pela intervenção.