Cinco novos suspeitos de roubo no Louvre são presos em Paris

Cinco novos suspeitos de roubo no Louvre são presos em Paris

As autoridades francesas prenderam, na noite de quarta-feira (29/10), mais cinco pessoas suspeitas de ligação com o roubo ao Museu do Louvre, ocorrido no dia 19 deste mês. Entre os detidos está o homem apontado como o principal articulador do crime. A informação foi confirmada pela promotora Laure Beccuau e divulgada pela agência de notícias Agence France-Presse (AFP).

“Ele já estava no nosso radar”, afirmou Beccuau ao comentar sobre o suspeito considerado peça-chave na investigação.

Veja as fotosAbrir em tela cheia Museu do Louvre reabre nesta quarta (22) após roubo de joias avaliado em milhõesReprodução: Freepik Divulgação/ Museu do Louvre Suspeitos de roubo milionário no LouvreFoto/Instagram/JornalOGlobo Suspeitos de roubo milionário no LouvreFoto/Instagram/JornalOGlobo Melhores Destinos/ Reprodução

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Dois dos envolvidos, capturados no sábado (25/10), foram formalmente acusados de roubo qualificado e associação criminosa. Ambos permanecem presos preventivamente, enquanto as joias levadas do museu seguem desaparecidas.

De acordo com Beccuau, um dos investigados teria integrado o grupo de quatro pessoas que invadiu a Galeria de Apolo, local onde estavam as peças da coroa francesa. A promotora, no entanto, evitou fornecer detalhes sobre o papel desempenhado pelos cinco novos detidos.

Avanço das investigações
A promotoria de Paris confirmou que os primeiros dois suspeitos presos estão diretamente ligados à invasão. O DNA deles foi encontrado em diferentes pontos da cena do crime — um em uma das scooters usadas na fuga e o outro na vitrine de vidro que protegia as joias. Ambos confessaram ter participado “parcialmente” do roubo, segundo Beccuau, embora o grau de envolvimento ainda não tenha sido esclarecido.

O crime ocorreu em plena manhã do dia 19, quando um grupo usou um guindaste acoplado a um caminhão para alcançar uma janela do museu voltada ao Rio Sena. Em apenas sete minutos, os ladrões arrombaram a entrada, quebraram as vitrines da Galeria de Apolo e fugiram levando joias avaliadas em cerca de 88 milhões de euros — mais de R$ 550 milhões.

“As joias, enquanto falo com vocês agora, ainda não estão em nossa posse. Quero manter a esperança de que serão recuperadas e possam ser devolvidas ao Museu do Louvre e, de forma mais ampla, à nação. Essas joias são agora, obviamente, invendáveis —apenas para reiterar, caso fosse necessário, qualquer pessoa que as compre estará cometendo o crime de receptação. Ainda há tempo para devolvê-las”, declarou Beccuau em entrevista coletiva.

A promotora informou que os dois primeiros suspeitos devem responder por “roubo por quadrilha organizada”, crime que pode resultar em pena de até 15 anos de prisão. Ela também ressaltou que não está descartada a participação de outros cúmplices, já que novas imagens e informações continuam surgindo nas redes sociais.

Falhas de segurança e repercussão política
A diretora do Louvre, Laurence des Cars, reconheceu que houve uma “falha terrível” nos sistemas de vigilância, revelando que as câmeras não cobriam a janela usada pelos criminosos para entrar no museu.

O museu ficou fechado por três dias após o crime e reabriu nesta quarta-feira (29/10) sob forte esquema de segurança, com policiais armados e reforço na vigilância. Diante da repercussão, o governo francês determinou aumento imediato da segurança em museus e centros culturais de todo o país.

A ação criminosa provocou indignação entre autoridades e cidadãos. O ministro da Justiça, Gérald Darmanin, classificou o episódio como “deplorável” e reconheceu que “falhamos”. Segundo ele, o caso “prejudicou a imagem” da França. O presidente Emmanuel Macron também se pronunciou, prometendo a captura dos responsáveis e exigindo medidas de proteção “rápidas” para o Louvre.

O roubo
O ataque aconteceu cerca de 30 minutos após a abertura do museu, por volta das 9h30 (horário local). Pelo menos quatro criminosos participaram da ação. Dois invadiram o prédio, enquanto outros davam cobertura do lado de fora. Depois de recolher as joias, o grupo fugiu em motocicletas.

Foram levadas nove peças, das quais apenas uma foi recuperada — a coroa da imperatriz Eugênia, adornada com 1.354 diamantes e 56 esmeraldas, encontrada danificada em uma rua próxima.

Entre os itens ainda desaparecidos estão:
• Uma coroa cravejada com quase 2.000 diamantes e diversas safiras;

• Um colar da rainha consorte Maria Amélia, com oito safiras do Sri Lanka e mais de 600 diamantes;

• Um conjunto de colar e brincos da imperatriz Maria Luisa, com 32 esmeraldas e 1.138 diamantes;

• Um broche com 2.634 diamantes pertencente à imperatriz Eugênia, adquirido pelo Louvre em 2008 por €6,72 milhões (R$ 42,2 milhões).

O diamante Regent, de 140 quilates — avaliado em cerca de US$ 60 milhões —, não foi levado pelos ladrões.

O Louvre, símbolo da arte mundial
Com mais de 33 mil obras em exibição, o Museu do Louvre é o mais visitado do planeta, atraindo quase nove milhões de pessoas por ano, 80% delas turistas estrangeiros.

Entre seus maiores tesouros estão a Mona Lisa, de Leonardo da Vinci, e esculturas icônicas como Vênus de Milo, O Casamento em Caná e Vitória de Samotrácia.

A obra-prima de Da Vinci já foi alvo de outro roubo em 1911, quando um ex-funcionário chamado Vincenzo Peruggia escondeu-se no museu e levou o quadro dentro do casaco. A pintura foi recuperada dois anos depois, em Florença.

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Tags: FrançaLouvreNotíciasparisroubo