Eduardo Tagliaferro, ex-assessor do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, foi alvo de uma ação da polícia italiana nesta quarta-feira (1º/10), na região da Calábria, na Itália. Segundo sua defesa, ele foi levado para uma delegacia, onde teria recebido uma medida restritiva de locomoção. Os advogados afirmam que, após os trâmites, ele retornaria para casa, o que já aconteceu.
Como afirmou em seu perfil no Instagram, a situação teria sido apenas um procedimento de informação. “Não fui preso. Tô em casa, de boa, e vamos continuar lutando contra esse criminoso chamado Alexandre de Moraes”, disse ele, em vídeo.
Veja as fotosAbrir em tela cheia Tagliaferro afirma já estar em casaReprodução: Instagram/@edutagliaferro Advogado de Tagliaferro compartilhou informações em seu InstagramReprodução: Instagram/@e.kuntz Alexandre de MoraesReprodução: TV Justiça Eduardo Tagliaferro, ex-assessor de MoraesFoto: Alejandro Zambrana/TSE Ministro Alexandre de Moraes é alvo da Lei MagnitskyFoto: Givaldo Barbosa
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O advogado de Tagliaferro, Eduardo Kuntz, também se pronunciou nas redes sociais: “A polícia italiana conduziu ele pra delegacia para aparentemente aplicar uma cautelar de restrição de circulação; mas sem maiores detalhes”, disse ele, em áudio. Além disso, a defesa do ex-assessor de Moraes reafirmou na legenda da publicação que seu cliente estaria sendo silenciado e que contém provas de sua inocência.
Tagliaferro, que já havia se instalado na Itália há alguns meses, está na mira da Procuradoria-Geral da República (PGR). O órgão acusa o ex-assessor de compartilhar ilegalmente mensagens trocadas entre integrantes do gabinete de Moraes, quando atuava como chefe da Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação no TSE. A denúncia aponta que o ex-assessor teria repassado dados confidenciais para favorecer interesses pessoais e interferir em investigações.
O episódio ocorre em meio ao pedido de extradição apresentado pelo Brasil às autoridades italianas em agosto. O Ministério da Justiça confirmou ter encaminhado a solicitação ao Itamaraty no dia 20 daquele mês, que então formalizou o processo junto ao governo italiano.
Além da denúncia da PGR, Tagliaferro ganhou projeção no início de setembro, quando, em audiência virtual no Senado, acusou Moraes de adulterar documentos usados para justificar operações da Polícia Federal (PF). Segundo o perito, teria havido manipulação de datas para dar a impressão de que relatórios técnicos foram produzidos antes de uma ação policial, e não posteriormente.
As declarações foram imediatamente rebatidas pelo ministro. Em nota, a assessoria de Moraes afirmou que todas as medidas conduzidas sob sua relatoria seguiram os ritos legais e que não houve irregularidades.
Mesmo com as acusações em curso, até o momento não existe mandado de prisão contra o ex-assessor. O procedimento realizado nesta quarta-feira, segundo veículos italianos, estaria relacionado apenas a verificações de residência, um protocolo comum no país para cidadãos locais e estrangeiros.