Ex-diretor da FAO diz que fome avança na Amazônia e defende preservação da floresta para garantir alimento

Foto: Ricardo Stuckert / PR

O ex-diretor-geral da FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura) e idealizador do programa Fome Zero, José Graziano da Silva, afirmou neste domingo (12) que, apesar dos avanços recentes, a fome ainda está fortemente concentrada na região amazônica.

Graziano participou de um encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, realizado na Embaixada do Brasil em Roma, e falou com jornalistas após a reunião. Segundo ele, dados atualizados da FAO e da Escala Brasileira de Insegurança Alimentar mostram uma leve melhora nos índices em comparação a 2023 — resultado da recomposição das políticas sociais e da valorização do salário mínimo.

O ex-diretor explicou que áreas historicamente afetadas pela fome, como o Sertão e a Zona da Mata nordestina, vêm apresentando queda constante na insegurança alimentar, impulsionadas por programas como o Bolsa Família. No entanto, alertou que na Amazônia o problema persiste, agravado por dificuldades logísticas, isolamento geográfico e degradação ambiental.

Relembrando uma frase que costumava dizer enquanto chefiava a FAO, Graziano destacou:

“Se você quiser salvar vidas, salve o meio ambiente primeiro.”

Para ele, a lição continua válida e resume o desafio da região:

“Sem floresta, não há alimento para quem vive dela.”

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