Israel inicia libertação de quase 2 mil prisioneiros palestinos e Hamas devolve últimos reféns vivos em Gaza

Foto: Mussa Qawasma/Reuters

Nesta segunda-feira (13), Israel começou a libertar quase 2 mil prisioneiros palestinos como parte do acordo de cessar-fogo firmado na última semana com o grupo Hamas. No mesmo dia, o Hamas libertou os últimos 20 reféns vivos que estavam sob seu poder na Faixa de Gaza.

De acordo com Israel, ainda existem 28 reféns mortos, cujos corpos não foram totalmente localizados, e o Hamas pediu mais tempo para devolvê-los.

Dezenas de ônibus transportaram os prisioneiros palestinos para a Faixa de Gaza e Beitunia, na Cisjordânia. Muitos chegavam debilitados, com a cabeça raspada e aparentando fraqueza, segundo a agência Reuters. Na Faixa de Gaza, homens armados, mascarados e vestidos de preto — possivelmente membros do braço armado do Hamas — receberam os prisioneiros no Hospital Nasser, onde havia palco e cadeiras preparadas para a ocasião.

Espero que essas imagens possam marcar o fim desta guerra. Perdemos amigos, parentes, casas e nossa cidade”, disse Emad Abu Joudat, morador de Gaza, à Reuters.

Entre os libertados, cerca de 250 cumpriam penas de prisão perpétua por crimes contra o Estado de Israel e sua população. Segundo a organização StandWithUs Brasil, esses presos têm ligação com atentados terroristas e outros crimes violentos. O presidente-executivo da entidade, André Lajst, destacou que a ação representa um acordo de cessar-fogo, e não de paz, já que líderes do Hamas afirmaram que não vão se desarmar.

Foto: Mussa Qawasma/Reuters

Sobre o acordo

O plano de cessar-fogo foi apresentado no fim de setembro pelo então presidente dos EUA, Donald Trump, e negociado com a mediação do Egito, Catar e Turquia. Entre os principais pontos:

  • Reféns: Dos 251 sequestrados no ataque terrorista de 2023, 48 ainda estavam com o Hamas antes da trégua; os demais já haviam sido libertados em outros acordos ou operações israelenses.

  • Retirada das tropas em Gaza: Israel reduziu a área de ocupação no território de 75% para 53%, seguindo a linha acordada com o Hamas. As tropas foram instruídas a se preparar para todos os cenários, incluindo operações de retorno dos reféns.

Ainda existem questões a serem definidas, como as próximas etapas do acordo, a transição de governo na Faixa de Gaza e a entrega das armas pelo Hamas. O grupo também rejeitou qualquer tutela estrangeira na governança de Gaza, proposta pelo plano dos Estados Unidos.

Uma cerimônia oficial para assinatura do acordo ocorrerá nesta segunda-feira no Egito, com participação de Trump e de cerca de 20 lideranças internacionais.

Fotos e vídeos mostram os prisioneiros sendo recebidos pelas famílias na Cisjordânia e em Gaza, enquanto forças de segurança palestinas garantem a ordem durante a chegada dos ônibus.

Informações via G1.

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