Mulher que caiu em fossa após procurar necrotério em hospital do AC recebe indenização de R$ 14 mil

Fossa rompeu e mulher caiu dentro; caso ocorreu em Xapuri há 10 anos e ela foi indenizada pelo acidente — Foto: Arquivo pessoal/Cedida ao g1

Uma mulher de 69 anos, que em 2015 caiu em uma fossa enquanto aguardava a chegada do Instituto Médico Legal (IML) no necrotério do Hospital Epaminondas Jácome, em Xapuri, interior do Acre, foi indenizada em R$ 14 mil pelo acidente. Ela recebeu R$ 10 mil por danos morais e R$ 4 mil por danos estéticos. O Estado ainda pode recorrer da decisão, e a Procuradoria Geral do Estado (PGE) foi procurada pelo g1 para comentar o caso.

Na época do acidente, a vítima tinha 59 anos e viajou de Rio Branco até Xapuri para esperar o IML com o corpo de um sobrinho que havia falecido. Enquanto caminhava pelo lado de fora do hospital, próximo ao muro, a fossa rompeu e ela caiu, sofrendo um corte profundo no braço, que exigiu dez pontos. “Até hoje sou conhecida como a mulher que caiu na fossa. Eu fiquei apavorada porque pensei que ia morrer afogada no esgoto e ser levada até o Rio Acre”, relatou a idosa, que pediu para não ser identificada.

Dois homens conseguiram segurá-la pelos braços e tirá-la da fossa, mas seus pés ficaram presos em ferros durante o resgate. Após o susto, ela percebeu a gravidade do ferimento e foi levada para atendimento no hospital. Apesar do corte profundo, não houve comprometimento de nervos, ficando apenas a cicatriz visível. “Sangrei muito, fiquei ensanguentada e coberta com água do esgoto. Tive muito nojo e medo de pegar alguma infecção”, contou.

Mulher que caiu em fossa após procurar necrotério de hospital do AC sofreu ferimento, levou dez pontos e será indenizada em R$ 14 mil — Foto: Cedida

O trauma levou a mulher a entrar com um processo judicial em 2017, orientada por familiares e pela advogada Silvana Cristina, filha de uma amiga. Ao longo de oito anos de tramitação judicial, ela conta que passou a encarar a situação de forma mais leve. “No início eu estava apavorada, mas hoje já superei. Ainda tenho receio de andar em calçadas, mas quando alguém me chama de mulher que caiu na fossa, eu até acho graça. Não me afeta mais”, disse.

Ela ainda comentou que pensou inicialmente em usar a indenização para uma cirurgia plástica no braço, mas que, com o tempo, mudou sua perspectiva sobre o caso. O episódio marcou sua vida, mas hoje a idosa encara a situação com humor, apesar do susto e do ferimento que sofreu há dez anos.

Informações via G1 Acre.

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