Há muitos anos, a Suécia é um dos países que mais forma estrelas da música. Exemplos de sucesso não faltam, dos mais recentes, como Tove Lo e Robyn, até lendas como ABBA e Max Martin. Um desses nomes foi uma grande hitmaker na década passada, mas atravessava uma fase sem brilho: Zara Larsson. A loira, porém, deu a volta por cima em 2025 com a era “Midnight Sun” e atingiu um novo auge, mesmo sem hits no topo das paradas. Ela propôs um reset cultural, e o público comprou a ideia.
O público geral teve o primeiro contato com Zara em 2015, com o hit “Lush Life”, mas ela já era conhecida em todo o seu país de origem. Famosa desde os 8 anos de idade na Suécia após vencer o “Sweden’s Got Talent”, reality de talentos, eu álbum de estreia, “1”, foi apenas lançado na região da Escandinávia, e fez um enorme barulho.
Veja as fotosAbrir em tela cheia Zara Larsson em “Midnight Sun”Reprodução Zara Larsson em “Midnight Sun”Divulgação Reprodução Zara Larsson em “Midnight Sun”Reprodução Zara Larsson em “Midnight Sun”Reprodução
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O estrelato global parecia questão de tempo. Além de sua gravadora na Suécia, Larsson assinou com um selo britânico para ser promovida no resto da Europa e com a gigante Epic Records, com foco nos EUA e no restante do mundo. O que parecia ser o começo de uma dominação global, logo se provou um tremendo tiro no pé.
Seus três times não conseguiam entrar em consenso sobre como lançar Zara oficialmente para o mundo. “Lush Life”, inclusive, acabou se tornando um hit acidental. Inicialmente rejeitada pelas gravadoras britânica e americana, a música foi usada apenas em uma campanha publicitária na Suécia. No entanto, a canção viralizou e se tornou uma das faixas mais memoráveis dos anos 2010, acumulando atualmente mais de 1,7 bilhão de streams.
Enquanto “Lush Life” ganhava vida própria na Suécia em 2015, a equipe internacional apostou em “Never Forget You”, uma balada em parceria com seu produtor Mnek, que obteve sucesso nas paradas. Com dois hits na boca do povo, Zara seguiu apostando na vida de hitmaker.
Em 2016, vieram outras músicas de sucesso, embora tenham causado menos barulho: “I Would Like” e “Ain’t My Fault”. Com boas canções e desempenho nas paradas, era esperado que ela lançasse logo seu álbum de estreia global e se tornasse uma diva pop. No entanto, por mais um desacerto entre os times, o projeto foi adiado para 2017, quando todo o hype já havia passado. Com o single “So Good”, escrito por Charlie Puth e em parceria com Ty Dolla Sign, o disco acabou sendo um fiasco.
A bagunça do gerenciamento seguiu com a era “Poster Girl”, que teve o primeiro single em 2018, mas com o álbum lançado apenas em 2021.
Virada de chave e novo auge
Após dois álbuns que foram ao mesmo tempo sucessos e fracassos, Zara decidiu assumir maior liberdade artística e deixar de perseguir os primeiros lugares das paradas, desta vez sob o comando exclusivo da Sony Music.
Sua primeira era com identidade própria foi a Venus, que gerou dois hits moderados, “Can’t Tame Her” e “Words”, fazendo bastante sucesso novamente no eixo escandinavo. Embora não tenha produzido uma “Lush Life”, o público finalmente conheceu uma Zara Larsson genuína, que não parecia buscar apenas números.
O método seguiu com a era “Midnight Sun”, de 2025. A faixa-título se tornou viral no TikTok e conquistou um hall dentre as favoritas dos fãs. Não alcançou os números da década passada, mas obteve um impacto muito maior. Nas eras “So Good” e “Poster Girl”, o público conhecia os hits, mas não a voz por trás.
Com liberdade artística e controle total, Zara alcançou um feito notável: pela primeira vez bateu a marca de 30 milhões de ouvintes mensais no Spotify. Por mais que seja apenas mais uma estatística, ensina que a sueca educou o público e finalmente mostrou sua marca artística ao mundo, sendo um dos principais nomes do pop europeu.
Após ser atração de abertura da turnê de Tate Mcrae nos EUA, Zara parte para sua própria turnê mundial em um novo auge. Pode não tocar na rádio e nem disputar o topo das paradas, mas ela finalmente alcançou o status que merecia no começo da carreira. Com público fidelizado e trabalho coerente, Larsson sobreviveu aos percalços e se provou uma cantora lista A.