Robinho nega exercer liderança em Tremembé: veja íntegra de entrevista

Robinho nega exercer liderança em Tremembé: veja íntegra de entrevista

O ex-jogador Robson de Souza, o Robinho, participou de um vídeo feito pela Penitenciária de Tremembé, no interior de São Paulo, onde cumpre pena de nove anos de prisão pelo crime de estupro coletivo. O conteúdo foi produzido para desmentir informações de que o atleta receberia tratamento privilegiado na cadeia.

“Nunca tive nenhum tipo de liderança, nem aqui, nem em nenhum lugar. Aqui quem manda são os guardas, como eu falei pra senhora, e nós, reeducandos, a gente só obedece”, disse.

Veja entrevista na íntegra:

O empresário Thiago Brennand, que cumpre pena de oito anos de reclusão na unidade, também por violência sexual, reforçou que não existem “líderes” na penitenciária.

“Em Tremembé, se alguém aparecer como líder de alguma coisa, pode ter certeza que essa pessoa vai ser mandada embora. Inclusive, eu acho que é uma das maneiras mais fáceis de uma pessoa ser mandada embora de Tremembé”, afirmou o preso em relação a transferências.

3 imagensFechar modal.1 de 3

Ex-jogador Robinho

Justiça Federal/Reprodução2 de 3

Robinho

Marco Luzzani/Getty Images3 de 3

Robinho já atuou na Seleção Brasileira

“Todos aqui são educados”

Robinho destacou que o tratamento é igual para todos os detentos, independente do histórico anterior à reclusão. “Todos são tratados da mesma forma, não sou tratado diferente porque fui jogador de futebol. Pelo contrário, acho que o tratamento aqui é igual para todos os reeducandos aqui”, disse.

A rotina, segundo ele, também é a mesma para todos que estão detidos ali. “A alimentação, o horário que eu durmo, é tudo igual a todos os outros reeducandos. Nunca comi nenhuma comida diferente, nunca tive nenhum tratamento diferente. Na hora do meu trabalho, eu faço tudo aquilo que todos os outros reeducandos também são possíveis de fazer”, afirmou.

O atleta citou, por exemplo, a possibilidade de ler livros para conquistar a remissão da pena, e a chance de jogar futebol nas folgas do trabalho, especialmente no domingo. Segundo o relato, ele não tem qualquer benefício em relação a outros detentos.

“Nunca tive nenhum tipo de benefício. As visitas são no sábado ou no domingo, quando a minha esposa não vem sozinha, ela vem com os meus filhos. O mais velho joga e os outros dois podem vir. Então a visita é igual e o tratamento é igual para todo mundo. Nunca tive nada diferente disso”, reforçou.

Robinho negou informações veiculadas na imprensa, que lhe atribuem uma suposta liderança na cadeia ou um possível problema psicológico. Conforme o ex-jogador, ambas as afirmações são mentirosas.

Há um ano e meio na unidade prisional, ele afirmou ainda que nunca presenciou qualquer tipo de briga em Tremembé. “Nem no futebol, quando a gente tem um joguinho ali, [em] que alguém joga ou não. Aqui todos são bem, assim, educados”, relatou o ex-jogador profissional.

O caso Robinho

O crime ocorreu em 2013, na boate Sio Caffé, em Milão, na Itália, à época em que o jogador atuava pelo Milan. Além dele, outros quatro brasileiros foram acusados de estuprar uma mulher de origem albanesa.

Robinho foi condenado em 2017 pelo crime. Ele acabou recorrendo da decisão, mas foi considerado culpado em todas as instâncias. A sentença da Itália foi de 9 anos de prisão pelo crime de estupro coletivo.

Em 2022, a Justiça Italiana julgou o brasileiro na terceira e última instância, impossibilitando qualquer outro tipo de recurso para o ex-jogador, e solicitou a extradição dele ao Brasil para cumprir a pena no país. O pedido foi negado, uma vez que o Brasil impede a extradição de cidadãos para o cumprimento de pena. Mas agora ele cumpre a pena no sistema penitenciário brasileiro.

Categories: Geral
Tags: estupro coletivoPrisãoRobinhoSão Paulosistema penitenciário