Paz, que assume o cargo oficialmente no dia 8 de novembro, destacou que a Bolívia vive um momento histórico após quase duas décadas de domínio do Movimiento al Socialismo (MAS). Ele afirmou que sua gestão terá como prioridade recolocar o país no cenário internacional, defendendo a reaproximação com diferentes nações e a abertura econômica para atrair investimentos.
“Não é Rodrigo que ganha ou que perde, é a Bolívia que ganha. Nosso país volta a recuperar, passo a passo, seu espaço no mundo”, afirmou em tom de unidade.
Chamado à união nacional
Durante o pronunciamento, o novo presidente fez um apelo a todos os setores da sociedade para que participem da construção de um novo projeto nacional. Ele citou parlamentares, organizações sociais, homens e mulheres de diferentes origens como atores essenciais nesse processo, defendendo uma “nova dimensão de governo” baseada no diálogo.
Propostas e desafios
Entre as principais bandeiras apresentadas por Rodrigo Paz está o modelo de “capitalismo para todos”, que combina incentivo ao setor privado com a manutenção de programas sociais voltados às camadas mais vulneráveis da população. O presidente eleito também prometeu descentralizar recursos, fortalecendo as regiões e reduzindo a burocracia que, segundo ele, atrasa o desenvolvimento do país.
Apesar do discurso otimista, os desafios que aguardam o novo governo são enormes. A Bolívia atravessa uma grave crise econômica, com inflação em alta, reservas cambiais em queda e dificuldades no abastecimento de combustíveis. Além disso, o partido de Paz não conta com maioria absoluta no Parlamento, o que exigirá articulações políticas para viabilizar suas propostas.
Expectativas
A vitória de Rodrigo Paz, que obteve cerca de 54,5% dos votos, é vista como uma virada política no país e fortalece a alternância democrática. Agora, a atenção se volta para as primeiras medidas do novo governo e a forma como ele conduzirá a transição, equilibrando promessas de mudanças com a necessidade de estabilidade.
Com o discurso desta segunda-feira, Paz deu o tom de sua futura gestão: diálogo, abertura econômica e descentralização como eixos centrais para tentar recolocar a Bolívia em um novo caminho de desenvolvimento.