Roubo histórico no Louvre: criminosos levam joias da monarquia francesa; museu fecha para perícia

Entrada principal do Museu do Louvre, em Paris — Foto: Gonzalo Fuentes/Reuters

Um assalto sem precedentes no Museu do Louvre, em Paris, chocou a França neste domingo (19). Criminosos invadiram a instituição, um dos museus mais visitados do mundo, e roubaram nove joias históricas da coleção da monarquia francesa, localizada na Galeria de Apolo.

Segundo autoridades, os ladrões usaram uma plataforma para subir pela fachada, arrombaram uma janela, quebraram vitrines e fugiram com as peças em cerca de quatro minutos. Entre os itens roubados estava a coroa da imperatriz Eugênia, esposa de Napoleão III, composta por 1.354 diamantes e 56 esmeraldas, que foi posteriormente encontrada danificada nas proximidades do museu, informou a ministra da Cultura, Rachida Dati.

A Galeria de Apolo abriga ainda tesouros como o diamante Regent, de 140 quilates, avaliado em mais de US$ 60 milhões, que não foi roubado. O ministro do Interior francês, Laurent Nuñez, descreveu o episódio como um “grande roubo“, destacando que os objetos possuíam valor inestimável e representavam um verdadeiro patrimônio histórico.

Segundo Nuñez, os criminosos aparentam ser experientes e preparados, sugerindo que houve reconhecimento prévio do local. A invasão ocorreu pouco após a abertura do museu, por volta das 9h30 (horário local), e ninguém ficou ferido.

Como ocorreu o roubo

Investigadores indicam que quatro criminosos participaram do assalto: dois vestidos como operários em coletes amarelos, utilizando a plataforma, e dois em scooters para a fuga. Eles acessaram o prédio por um canteiro de obras voltado para o Rio Sena e usaram um guindaste instalado em caminhão para chegar até a galeria, além de um elevador de carga para alcançar as joias. Pequenas motosserras foram utilizadas para arrombar vitrines.

Imagens de CFTV estão sendo analisadas e funcionários estão sendo entrevistados para apurar detalhes do crime. O museu foi totalmente evacuado e permanece fechado durante todo o domingo para perícia.

Histórico de furtos no Louvre

A Galeria de Apolo, no Museu de Louvre, em Paris, em imagem de arquivo — Foto: Museu do Louvre/Divulgação

O Louvre, que abriga mais de 33 mil obras, incluindo a Mona Lisa, a Vênus de Milo e a Vitória de Samotrácia, já passou por outros furtos notórios. O mais famoso ocorreu em 1911, quando a Mona Lisa foi roubada por Vincenzo Peruggia, um ex-funcionário, e recuperada dois anos depois. Em 1983, peças de armadura da era renascentista foram levadas e só recuperadas quase quatro décadas depois.

O museu enfrenta desafios de superlotação e falta de pessoal, agravados pelo aumento do turismo e trabalhos de manutenção. Especialistas em segurança afirmam que, embora obras como a Mona Lisa tenham proteção reforçada, nem todos os itens do museu recebem vigilância uniforme.

Repercussão

O roubo gerou críticas e debates políticos na França. O líder de extrema-direita Jordan Bardella classificou o episódio como uma “humilhação insuportável” e questionou a capacidade do governo de proteger o patrimônio cultural, enquanto o presidente Emmanuel Macron promove o plano de modernização “Nova Renascença do Louvre”, com investimento de cerca de € 700 milhões, para melhorar infraestrutura, reduzir superlotação e criar uma galeria dedicada à Mona Lisa até 2031.

Foto: Thibault Camus/AP

As investigações seguem em andamento, e o Ministério Público de Paris já determinou a abertura de um inquérito para apurar o caso.

O roubo deste domingo é considerado um dos mais audaciosos da Europa recente, comparável a casos como o do museu Grünes Gewölbe, em Dresden, em 2019.

Informações via G1 Acre.

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