O torresmo voltou a ser destaque nas redes sociais depois de comparações com suplementos de proteína e colágeno. Em algumas dessas publicações, o petisco aparece como uma “superfonte proteica”, capaz até, acredite, de substituir o whey ou o colágeno hidrolisado. Mas será que isso é verdade? A ciência diz que não é bem assim.
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Tem proteína, sim — mas com um preço alto
De fato, o torresmo contém boas quantidades de proteína (cerca de 30 g a cada 100 g do alimento) e parte dela vem do colágeno presente na pele do porco. No entanto, essa porção também traz, em média, 35 g de gordura e uma alta carga de sódio, o que torna o alimento nutricionalmente desequilibrado.
Ou seja: é possível encontrar proteínas ali, mas acompanhadas de um teor de gordura saturada e calorias muito maior do que o recomendado para consumo frequente.
Comparando com os suplementos
Enquanto suplementos proteicos como o whey protein fornecem grandes quantidades de proteína com baixo teor de gordura e sódio, o torresmo oferece o oposto. Além disso, a qualidade da proteína do torresmo é diferente: ela não apresenta o mesmo perfil de aminoácidos essenciais necessários para a recuperação e construção muscular.
Em relação ao colágeno, embora a pele suína seja uma fonte natural, isso não garante absorção ou efeito direto na pele e articulações. O corpo precisa quebrar o colágeno em aminoácidos, e só então decidir onde eles serão utilizados — o que depende de vários fatores nutricionais e metabólicos.
O veredito
O torresmo pode até fazer parte de uma dieta equilibrada, mas de forma esporádica. Seu consumo excessivo está ligado ao aumento de colesterol e risco cardiovascular, justamente por causa das gorduras saturadas.
Comparar o torresmo com suplementos proteicos é um equívoco. Apesar de ser uma fonte de proteína, ele carrega muita gordura e sódio. É mais um petisco ocasional do que um alimento funcional.
Portanto, pode até matar a vontade e oferecer sabor, mas, definitivamente, não é um aliado da performance e da saúde como um todo.