O Acre ocupa o segundo lugar no país no uso de bicicletas como meio de transporte para o trabalho, ficando atrás apenas do Amapá, segundo dados do Censo 2022 divulgados pelo IBGE. No estado, 13,3% dos trabalhadores utilizam bicicletas para se deslocar até o emprego, enquanto no Amapá esse índice chega a 17,4%.
Apesar do destaque das bicicletas, as motocicletas são a principal escolha dos acreanos, com mais de 30% dos deslocamentos. O levantamento também aponta que o transporte coletivo é pouco usado no estado: apenas 7,1% dos trabalhadores utilizam ônibus, atrás apenas de Rondônia (4,2%) e Roraima (5,9%).
Segundo o Censo, os principais meios de transporte no Acre são:
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Motocicleta: 32,6%
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Carro: 25,4%
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A pé: 17%
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Bicicleta: 13,3%
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Ônibus: 7,1%
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Outros (mototáxi, etc.): 4,6%
A maior parte dos trabalhadores gasta até 30 minutos para chegar ao trabalho, especialmente quem usa carro ou motocicleta. Quem vai a pé, geralmente leva até 15 minutos, enquanto os usuários de transporte coletivo enfrentam trajetos mais longos, com mais de 60% levando entre 30 minutos e 2 horas.
O estudo mostra que 76,9% dos trabalhadores atuam no próprio município de residência, 20,1% trabalham em casa ou na própria propriedade, e apenas 2,3% se deslocam para outro município.
O levantamento também detalha o uso de transporte de acordo com a cor ou raça:
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Pessoas brancas: carro 40,6%, motocicleta 35,2%, a pé 16,6%, ônibus 7,5%
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Pardas: motocicleta 41,3%, carro 28,8%, a pé 21,4%, ônibus 8,9%
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Pessoas pretas: motocicleta 41,6%, carro 25,2%, a pé 22,6%, ônibus 10,6%
Cenário do transporte no estado
O estudo evidencia desafios no acesso ao transporte coletivo, agravados por problemas recentes, como paralisações em Rio Branco por falta de reajuste salarial dos rodoviários. Como alternativa, cresce o uso de meios individuais, principalmente motocicletas e bicicletas, que oferecem deslocamentos mais rápidos diante das limitações do sistema público, que conta com apenas 42 linhas de ônibus na capital.
O levantamento reforça a tendência de que os acreanos buscam cada vez mais formas alternativas de transporte, priorizando agilidade e autonomia em seus deslocamentos diários.