A Rússia realizou na madrugada desta quarta-feira (22) um ataque massivo à Ucrânia com mais de 400 mísseis e drones, deixando sete mortos, incluindo duas crianças, e dezenas de feridos, segundo autoridades locais. O ataque ocorre poucas horas após a suspensão de um possível encontro entre os presidentes Donald Trump e Vladimir Putin, que poderia discutir o fim do conflito, que completará quatro anos em fevereiro de 2026.
O bombardeio atingiu diversas regiões do país, incluindo Kiev, Kharkiv, Sumy, Odessa, Chernigov, Dnipro, Quirivogrado, Poltava, Veneza, Zaporizhzhia e Chercássi, provocando cortes de energia em várias localidades.
Segundo o Exército ucraniano, dos 405 drones e 28 mísseis lançados pelos russos, 333 drones e 16 mísseis foram abatidos pelas defesas ucranianas. O ataque se estendeu durante toda a noite e parte da manhã.
Entre os locais atingidos, um jardim de infância em Kharkiv sofreu danos. Cinco crianças foram hospitalizadas, e todas apresentaram reação de estresse agudo. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, repudiou o ataque, chamando-o de “uma cusparada na cara de todos que insistem numa resolução pacífica” e pediu novas sanções contra a Rússia.
O governo russo confirmou o bombardeio e afirmou que os alvos eram instalações de infraestrutura energética ligadas ao complexo militar-industrial ucraniano, usando armamentos de alta precisão, incluindo mísseis balísticos hipersônicos e drones.
Nos arredores de Kiev, quatro pessoas, incluindo duas crianças, morreram, e cinco ficaram feridas. Em Kharkiv, uma pessoa morreu e um homem de 40 anos ficou ferido. Outros ataques em Sumy e Zaporizhzhia deixaram feridos.
O Ministério da Energia ucraniano relatou que os ataques causaram interrupções emergenciais de energia em grande parte do país. Em Poltava, instalações de petróleo e gás também foram danificadas.
Em resposta, o Exército ucraniano realizou ataques a alvos na Mordóvia e no Daguestão, na Rússia, incluindo refinarias e fábricas de armas e munições. Desde 2022, Moscou mantém ofensivas contínuas contra a infraestrutura energética ucraniana, alegando tratar-se de alvos militares legítimos.
Os ataques ocorrem após o governo dos EUA e Rússia confirmarem que não há previsão de encontro entre Trump e Putin, frustrando expectativas de uma cúpula para tratar do cessar-fogo. O chefe de gabinete de Zelensky, Andriy Yermak, afirmou que Moscou continua a “manter a matança” enquanto Kiev aceita negociações de cessar-fogo.