A febre dos remakes: quando a nostalgia vira o novo ouro do entretenimento

A febre dos remakes: quando a nostalgia vira o novo ouro do entretenimento

Remakes estão por toda parte, e não é coincidência. De Hollywood às novelas brasileiras, revisitar clássicos virou uma das grandes apostas da indústria do entretenimento. A nostalgia se transformou em um ativo poderoso: quando combinada com tecnologia, elenco de peso e boas atualizações, pode transformar histórias antigas em novos fenômenos.

Mas atenção: nem todo remake é sinônimo de sucesso. Segundo levantamento do portal NaTelinha, enquanto alguns conquistaram o público e até superaram os originais, outros naufragaram de vez. Ainda assim, há produções que brilharam tanto que quase apagaram a primeira versão da memória popular.

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A seguir, confira o Top 5 de remakes que fizeram história, nas novelas, nos filmes e nas séries, e entenda por que alguns conseguiram o que parecia impossível: serem tão (ou mais) icônicos que o original.

Novelas brasileiras
Mulheres de Areia (1993)

Reprodução Globo

O clássico da TV Tupi ganhou vida nova com Glória Pires em dose dupla como Ruth e Raquel. A versão da Globo foi um fenômeno de audiência, superando os 50 pontos, e se tornou referência de atuação e direção. O remake modernizou a trama e consolidou uma das personagens mais marcantes da teledramaturgia.

A Viagem (1994)

Reprodução: YouTube@tvglobo

Baseada na versão de 1975, a adaptação estrelada por Antonio Fagundes e Christiane Torloni foi um marco dos anos 90. Misturando espiritualidade, emoção e filosofia, a novela conquistou o público e registrou audiência histórica. Até hoje, é lembrada como um dos remakes mais bem-sucedidos da TV brasileira.

Vale Tudo (2025)

Reprodução/Globo

A nova versão do clássico de 1988 reacendeu debates sobre ética, corrupção e poder. Apesar das críticas ao texto e às mudanças no enredo, foi um sucesso de audiência e nas redes sociais, mostrando que certas histórias continuam atuais, mesmo décadas depois.

Pantanal (2022)

Foto crédito: Globo/João Miguel Júnior

Um dos maiores fenômenos recentes da TV. A nova versão da Globo trouxe a essência da obra da Manchete de 1990, com uma fotografia exuberante e atuações marcantes. O remake modernizou a linguagem sem perder o encanto e levou milhões de brasileiros de volta ao universo de Juma Marruá.

Filmes que reviveram clássicos e fizeram história
A Star Is Born (2018)
Na quarta versão do clássico, Lady Gaga e Bradley Cooper entregaram um espetáculo. O filme arrecadou mais de US$ 430 milhões, venceu o Oscar de Melhor Canção Original (“Shallow”) e emocionou o público com uma abordagem contemporânea sobre fama, amor e autodescoberta.

It – A Coisa (2017–2019)
O palhaço Pennywise voltou mais assustador do que nunca. Dividido em duas partes, o remake superou a minissérie de 1990 e redefiniu o terror moderno, arrecadando mais de US$ 1 bilhão no mundo todo. Um clássico reinventado com maestria.

Séries que se reinventaram e conquistaram novas gerações
Battlestar Galactica (2004)
A versão de 1978 era uma simples tentativa de embarcar na onda de “Star Wars”. Já o remake virou cult instantâneo, com personagens complexos, dilemas morais e roteiro afiado. Até hoje é citada entre as melhores séries de ficção científica já feitas.

Bel-Air (2022)
Transformar uma comédia leve dos anos 90 em drama intenso parecia arriscado, mas deu certo. O reboot de “Um Maluco no Pedaço” manteve a essência da original, explorando temas como identidade, classe e cultura. Resultado: conquistou novos fãs e respeito da crítica.

O segredo do sucesso desses remakes está em uma combinação rara de fatores. Antes de tudo, há uma atualização inteligente: não basta refazer, é preciso modernizar o ritmo, a linguagem e as temáticas para dialogar com o público atual. Mas a inovação, sozinha, não basta. Todos os casos de sucesso mantêm um profundo respeito à essência original, preservando o coração da história e aquilo que o público aprendeu a amar. Soma-se a isso elencos carismáticos e direções afiadíssimas, que trazem credibilidade e despertam curiosidade até nos mais céticos. E, claro, o timing perfeito: a nostalgia só funciona quando o público está pronto para reviver certas emoções, e muitos desses títulos chegaram exatamente na hora certa.

Por outro lado, nem todos os remakes conseguem repetir a fórmula. O mesmo levantamento do NaTelinha mostra que títulos como Guerra dos Sexos (2012) e Elas por Elas (2023) acabaram decepcionando o público. Faltou ritmo, profundidade e química entre o elenco, ingredientes essenciais para que a nostalgia ganhe vida. Esses casos provam que recontar uma boa história exige mais do que saudade: é preciso propósito, sensibilidade e criatividade para transformar o velho em novo de verdade.

Categories: ENTRETENIMENTO
Tags: CulturafilmesNovelasRemakeséries