Ao tratar do projeto do fim da escala 6×1, durante entrevista ao Acorda Metrópoles, nesta quinta-feira (27/11), o ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Guilherme Boulos, afirmou que será preciso “fazer uma transição” com os pequenos empresários para garantir a “sustentabilidade do negócio deles”.
Segundo o ministro, é preciso separar “o joio do trigo”, comparando grandes negócios com os pequenos. “Uma coisa é o pequeno [empresário] que tem uma funilaria com dois trabalhadores, um barzinho com três ou quatro trabalhadores. Você tem que construir com esses pequenos – e 70% dos empregos no Brasil vêm de pequena e média empresa – uma transição para poder garantir a sustentabilidade do negócio dele”, disse.
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Em relação aos grandes empresários, Boulos disse que a maioria faz “terrorismo econômico sobre o tema. “Grande empresa, multinacional, banqueiro que fica chorando de barriga cheia. Como diz Zeca Pagodinho: é a coisa mais feia. Ganham lucros extraordinário e não conseguem garantir mais um, dois dias de descanso para o trabalhador? É um terrorismo econômico”, declarou.
O ministro completou a crítica dizendo que a “escravidão acabou”. Para ele, o governo “tem condições de acabar com a escala 6 x 1, mas os privilegiados vão ter que abrir mão de algumas coisas”.
Isenção do IR
Deputado federal pelo PSol-SP, Boulos se licenciou da Câmara dos Deputados e assumiu a Secretaria-Geral da Presidência da República no mês passado, com a missão de “colocar o governo na rua”.
Para o ministro, a medida de isentar quem ganha até R$ 5 mil do pagamento do Imposto de Renda, sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na quarta-feira (26/11), é “uma reposta para a desigualdade histórica do país”.
“Isso vai significar uma economia de R$4,5 mil no ano. É como se fosse um 14º salário. Isso é importantíssimo para o trabalhador brasileiro”, completou.
Boulos ainda comentou sobre a taxação dos super-ricos e definiu que a alíquota progressiva de até 10% para quem fatura R$ 100 mil ou mais por mês “é uma questão de justiça”.
“Agora estabeleceu que quem ganha mais de R$ 1 milhão começa a pagar. Quem ganha até R$ 5 mil não paga nada. É uma questão de justiça”, afirmou.