A Prefeitura de Rio Branco contratou, via pregão eletrônico, a empresa Estrutend Estruturas para Eventos LTDA para realizar um espetáculo com 600 drones durante o acender das luzes natalinas, marcado para o dia 6 de dezembro, na Praça da Revolução. O resultado da licitação foi publicado no Diário Oficial do Estado no último dia 18 de novembro.
Pelo contrato, a apresentação artística com duração prevista entre 12 e 15 minutos vai custar R$ 747.666,67 aos cofres públicos. O alto valor imediatamente repercutiu nas redes sociais e gerou críticas à gestão do prefeito Tião Bocalom, especialmente diante do momento econômico delicado enfrentado por muitas famílias na capital.
O que diz a prefeitura
De acordo com o edital, a Secretaria Municipal de Infraestrutura e Mobilidade Urbana (Seinfra) afirma que a contratação já estava prevista no planejamento do evento natalino.
O titular da pasta, Cid Ferreira, defendeu a despesa:
“Nós trabalhamos tudo com base no nosso orçamento, e o Natal é parte importante dele”, declarou.
A empresa vencedora será responsável por montar, executar e desmontar toda a estrutura necessária para o show, incluindo o suporte técnico e os equipamentos de alta precisão.
Exigências do espetáculo
O edital estabelece que os 600 drones devem garantir:
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alta resolução visual visível a longas distâncias;
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maior número de formações gráficas simultâneas;
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movimentos dinâmicos e sobreposições;
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mensagens escritas sem distorções e com legibilidade.
Além disso, o show deve ter no mínimo dez formações visuais distintas, todas alinhadas ao tema natalino.
Repercussão e críticas
Apesar da justificativa técnica, o investimento elevado tem sido alvo de fortes críticas. Internautas e parte da população questionam a prioridade de destinar quase R$ 750 mil para uma apresentação de poucos minutos, enquanto a cidade enfrenta problemas estruturais e demandas urgentes em áreas como saúde, mobilidade e limpeza urbana.
A polêmica cresce justamente na reta final do ano, ampliando a pressão política sobre a gestão de Tião Bocalom, que já vinha sendo cobrada por outras decisões administrativas consideradas questionáveis por opositores e parte da sociedade civil.