Nem o feriadão diminuiu o brilho, ou o alcance, do espetáculo de Andrea Bocelli em São Paulo. O tenor italiano se apresentou em duas noites consecutivas, sexta (21/11) e sábado (22/11), e provou que, quando a voz é desse calibre, até a cidade vazia faz questão de aparecer. O cantor entregou uma apresentação teatral, de tirar o fôlego, coroada por participações que atravessaram gêneros: de Rusanda Panfili a Sandy.
Seria exagero dizer que o Mercado Livre Arena Pacaembu esteve completamente lotado, mas é fato que Bocelli conseguiu reunir uma multidão apaixonada por ópera, mesmo em pleno feriado prolongado, quando boa parte da capital migra para o litoral ou o interior.
Veja as fotosAbrir em tela cheia Andrea-BocelliFoto/Andre Velloso Andrea Bocelli e Carlo BerniniFoto/Andre Velloso Mariam Battistelli e Andrea BocelliFoto/Andre Velloso Rusanda PanfiliFoto/Andre Velloso Pia Toscano e Andrea BocelliFoto/Andre Velloso Sandy e Andrea BocelliFoto/Andre Velloso
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Pessoas de todas as idades ocuparam o estádio para sentir um gostinho da grandiosidade vocal do tenor que, aos quase 70 anos, não deixou escapar uma nota fora do lugar, mesmo com as entradas e saídas constantes do palco e com direito a troca de look durante a apresentação.
Bocelli estruturou o espetáculo em atos, começando por um primeiro bloco dedicado às óperas tradicionais que marcaram sua trajetória. Entre entradas e saídas de palco, a apresentação assumiu um caráter teatral, quase narrativo, como se contasse uma história guiada pela própria música.
O tenor não esteve sozinho: a atriz italiana Mariam Battistelli trouxe refinamento, enquanto a violinista Rusanda Panfili, carismática e tecnicamente impecável, protagonizou momentos solo capazes de conduzir o público mesmo na ausência de Bocelli, além da Orquestra do Theatro São Pedro e a Orquestra e Coral da Escola de Música do Estado de São Paulo Tom Jobim – EMESP.
Após uma pausa, veio a virada de atmosfera: das óperas para um trecho mais “pop sinfônico”. Panfili arrancou aplausos com clássicos do cinema, como a trilha de “Piratas do Caribe” e o tema de “Titanic”, que emocionou boa parte da plateia. Bailarinos também ajudaram a traduzir a emoção em movimento, especialmente nos números com pegada mais sensual.
A cantora Pia Toscano elevou ainda mais o clima, dividindo hits internacionais com Bocelli, como “All By Myself” e “Can’t Help Falling in Love”. Mas a participação mais aguardada da noite ficou por conta de Sandy. Assim que subiu ao palco, a brasileira avisou que atenderia a um pedido do próprio tenor e cantaria uma música sua, “Me Espera”.
Depois de emocionar o público com a canção nacional, Sandy participou do momento mais simbólico do show: um dueto impecável de Vivo per Ella, que uniu nostalgia e técnica na medida certa, além de estar carregada de paixão. No fim, Bocelli não só a abraçou, como a ergueu no colo, num gesto carinhoso que arrancou sorrisos da plateia.
A noite terminou com um coro poderoso ao lado da orquestra e com a revisitação de um dos momentos históricos da carreira de Bocelli: quando ele cantou sozinho, em plena pandemia, diante da Catedral de Milão completamente vazia. Agora, a cena foi reimaginada diante de um público que fez questão de estar ali para ouvi-lo e que com certeza não se arrependeu.