Dia Nacional de Combate à Surdez: 1 bilhão de jovens correm risco de perda auditiva

Dia Nacional de Combate à Surdez: 1 bilhão de jovens correm risco de perda auditiva

Nesta segunda-feira (10/11), é celebrado o Dia Nacional de Prevenção e Combate à Surdez. Em 2025, a data chega com um alerta focado em uma nova geração. Se antes as principais preocupações se voltavam ao envelhecimento e à doenças, hoje o maior risco é silencioso e está nos ouvidos de crianças e adolescentes: o uso de fones de ouvido em volume excessivo.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que mais de 1 bilhão de pessoas entre 12 e 35 anos correm o risco de ter a audição prejudicada devido à exposição prolongada e excessiva a ruídos recreativos, incluindo músicas em fones de ouvido e shows. No Brasil, onde dados do IBGE indicam que mais de 10 milhões de pessoas já convivem com algum grau de deficiência auditiva, a prevenção na juventude tornou-se a pauta central.

Veja as fotosAbrir em tela cheia Método pioneiro desenvolvido em universidade do Goiás pode diagnosticar câncer a partir da cera de ouvidoReprodução/Freepik Método pioneiro desenvolvido em universidade do Goiás pode diagnosticar câncer a partir da cera de ouvidoReprodução/Freepik freepikReprodução/freepik Método pioneiro desenvolvido em universidade do Goiás pode diagnosticar câncer a partir da cera de ouvidoReprodução/Freepik Reprodução/Internet

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Para o Prof. Dr. Robinson Koji Tsuji, presidente da Sociedade Brasileira de Otologia e um dos maiores especialistas em surdez do país, o cenário é alarmante. “Estamos criando uma geração de futuros deficientes auditivos. O dano causado pelo ruído é cumulativo e irreversível. A perda auditiva não ‘dói’, ela acontece aos poucos, e quando o paciente percebe, geralmente já é tarde demais”, afirma.

A “epidemia” dos fones de ouvido

Segundo o Dr. Tsuji, a popularização de dispositivos de áudio pessoais mudou o perfil da perda auditiva. “O grande vilão é a intensidade versus o tempo de exposição. O uso de fones de ouvido, especialmente os intra-auriculares, por horas a fio e em volumes que ultrapassam os 85 decibéis – o equivalente ao ruído de um liquidificador – causa lesões permanentes nas células sensoriais da cóclea. Estamos vendo pacientes cada vez mais jovens em consultório com perda auditiva que, antes, só esperaríamos em idosos”, explica o médico.

Prevenção: a regra do 60/60

O especialista reforça que a maioria dos casos de surdez induzida por ruído é 100% evitável. “A prevenção é a única solução”, diz o Dr. Tsuji. “A principal recomendação é a regra do 60/60: nunca utilizar os fones de ouvido acima de 60% do volume máximo e por, no máximo, 60 minutos seguidos. É preciso fazer pausas, deixar o ouvido descansar. E, para quem frequenta shows ou ambientes muito barulhentos, o uso de protetores auriculares é fundamental”.

Diagnóstico precoce e os tratamentos modernos

O Dia Nacional de Prevenção e Combate à Surdez também serve para reforçar a importância do diagnóstico. A recomendação é que qualquer pessoa que se exponha a ruídos com frequência realize uma audiometria anualmente.

Para os casos em que a perda já se instalou e é de grau severo a profundo, o Dr. Tsuji lembra que a tecnologia é uma aliada poderosa. “A surdez não significa mais silêncio. Para pacientes que não se beneficiam de aparelhos auditivos convencionais, o implante coclear é o tratamento padrão-ouro, capaz de restaurar a percepção sonora de forma eficaz. Mas, antes de chegar a esse ponto, precisamos focar na prevenção, especialmente nesta data”.

Categories: ENTRETENIMENTO
Tags: Dia Nacional de Combate à SurdezOMSOrganização Mundial da Saúde (OMS)Perda AuditivaSAÚDE